quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

USHUAIA - RUTA 40 - 12º DIA ao 25º DIA

Amigos, considerando que a moto ficou danificada e impedida de continuar a viagem, deixarei de registrar dia após dia e digitarei sequencialmente os dias seguintes ao acidente, tornando mais fácil e compreensível o desenrolar dos fatos.

Naquela terça feira, 17/01/2012, com base nas informações registradas no sistema SPOT, através do Find Me Spot, a Iracema informou ao corretor de seguros todos os dados que necessitaria para abertura do sinistro e da Assistência 24 Horas da Seguradora Allianz.

Pela manhã, após nova vistoria da moto, dei uma caminhada pela praça central daquela cidadezinha. Tudo girava em torno daquela praça, saindo dela algumas ruas com algum comércio, mas poucos.  Percebi que deveria sair dali rápido, já que não parecia haver qualquer tipo de atividade para passar as horas. 

Encontrei uma agência de turismo, com uma senhora muito gentil que me falou de algumas atrações distantes dali, que valeriam a pena visitar, quais sejam: Canion Tallampayo, Valle de la Luna e Valle Fértil.  Naquele dia já não daria tempo, pois as visitas começaram pela manhã (07h30), distando uns 60km dali.  Bem, quem sabe no dia seguinte?

Na mesma data, consegui contato com o corretor, via Skype, durante seu almoço, já que não operava o Skype no escritório, segundo me disse.  A conexão Wi Fi era péssima, caindo muitas vezes, mas conseguimos nos comunicar.

Sua informação foi de que a Allianz enviaria transporte para a moto onde ela estivesse e seria no dia seguinte mesmo (18/01/2012), já que ele havia solicitado a assistência. Eu não precisaria ir até a fronteira e teria transporte pessoal e da bagagem por conta da Allianz.  Quanta tranquilidade! Tinha valido a pena pagar  tão caro um seguro da BMW a uma empresa tão zelosa como a Allianz!

No dia 18/01/2012 não houve contato com o corretor e fiquei esperando a assistência 24 horas. Esta não chegou e nem teve uma programação informada. Consequentemente, fiquei às moscas naquele quase vilarejo, trancado no quarto de hotel, com ventilador e ar condicionado ligados sobre mim.

A Iracema havia conseguido contato com o amigo Miguel Angel, de S. S. Jujuy, informando-o do ocorrido. Ele estava programado para ir a Córdoba, onde tem uma casa de campo, para tirar alguns dias de férias com a Sílvia, sua senhora.

Ciente da situação, da pequena infra-estrutura daquela cidadezinha, ele entendeu meu sufoco e desviou-se cerca de 600km para vir com sua camionete Ranger e uma carretinha para transporte de motos, que usa para socorrer inúmeros motociclistas que se dirigem ao Atacama e outros destinos. Disse à Iracema que chegaria no dia seguinte, para pernoite e ela entendeu que seria na manhã seguinte.

A bem da verdade, aproveitei o tempo vago e busquei contatos com Miguel Angel e com Germán sobre a possibilidade de reparos suficientes para continuação da viagem.

O Germán contatou um amigo de San Juan, distante 260km de Villa Unión, que tem oficina de reparos de motos.  Pelas fotos enviadas, ele respondeu que conseguiria "arregrarla" para continuar a viagem, todavia o Miguel Angel, especialista em motos BMW, entre tantas, desaconselhou firmemente o reparo superficial da moto, diante de eventual risco de danos não percebidos, mas existentes.  Não poderia deixar de ouvir este sapiente mestre e permaneci aguardando a assistência 24 horas ou o Miguel Angel.

Miguel e Silvia chegaram a Villa Unión dia 19/01/2012, quando eu já dava sinais de insanidade... he he he...

Foi o tempo de colocarmos a moto na carreta e seguir viagem.  Deixava Villa Unión depois de 3 pernoites, muitas picadas de mosquitos e comida pouco atraente, ainda que tenha sido muito bem tratado pela equipe do pequeno hotel Palermo.



Antes de sairmos, fizemos contato com Iracema, passando-lhe o local para onde a moto seria levada em Córdoba e de onde seria recolhida pela Assistência 24 Horas da Seguradora Allianz, que até então, não dera sinal de vida.

O corretor de seguros nos informou que somente no dia 19/01/2012, três (03) dias depois da ocorrência, entrou com Aviso de Sinistro, pois informamos o local de retirada da moto, em Córdoba.  Ora bolas! O Aviso de Sinistro nada tem a ver com o local de retirada para transporte da moto. Esta informação serve de base para a Assistência 24 Horas.

O sinistro havia sido informado a ele no dia 17/01/2012, às 09h30, bem como o fato de eu estar na cidadezinha Villa Unión, de onde deveria ser retirada a moto.  Tudo bem, estes desencontros acontecem, mas prejudicam aqueles que estão aguardando providências de outros.

A camionete seguia rapida e seguramente em direção a Córdoba, distante 600km de Villa Unión. Na mesma rota ficam as entradas para o Parque Tallampaya (do Cânion), do Valle de la Luna e do Valle Fértil.






Ao passarmos pela entrada do Parque Tallampaya, o Miguel fez questão de entrar até a recepção para verificação da importância de futura visita. Valerá a pena! O lugar é fantástico, bem organizado e seguro, durando algumas horas, devendo ser iniciado pela manhã. 






Não deu para entrarmos devido o horário e nosso desejo de chegar a Córdoba no mesmo dia.  Mais adiante uns kms, as entradas do Valle de la Luna e Valle Fertil. Todos deverão ser visitados por mim no recomeço desta viagem, em futuro breve.

A noite já avançava quando chegamos à casa de campo do Miguel Angel, em Bialet Massé, vizinha de Carlos Paz, conhecido balneário de Córdoba, para onde fluem milhares de turistas aos finais de semana e férias de verão.

Estávamos cansados da viagem, mas depois do banho saímos para comer algo. Encontramos uma pizzaria aberta e nos deliciamos com uma mista. Miguel Angel e Sílvia não bebem cerveja ou qualquer outro liquido contendo álcool. Ele bebe água e ela água ou gaseosa (refrigerante). Fiquei na minha e também bebi refrigerante, embora desejasse uma cervejinha bem gelada!

Novamente, a hospedagem na casa do Miguel reduziu minha bronca com a demora na solução do sinistro, pois percebia o Miguel que eu estava visivelmente contrariado com o comportamento da Allianz e seus prepostos.





No dia seguinte, 20/01/2012, pela manhã, levamos a moto à empresa do primo do Miguel, melhor localizada para retirada e transporte da moto.





Passamos o dia inteiro nesse transporte e na solução de tarefas do Miguel, em Córdoba. À tardezinha ele buscou seu filho, nora e netinha para passarem o final de semana na chácara, em Bialet Massé.

Ao voltarmos para lá, passamos por Carlos Paz, em busca de hotel para mim, que gostaria de ficar um pouco só, para pensar em soluções à minha problemática. Incrível, não conseguimos uma única vaga em qualquer dos inúmeros hotéis que visitamos.

Para piorar a situação, ainda perdi meu nextel, com o qual já estava contatando minha empresa, meus sócios e meu corretor, facilitando toda a tramitação.

A solução foi voltarmos à chácara para deixarmos os 3 familiares e buscarmos hospedagem lá mesmo em Bialet Massé.  Qual o quê, nada conseguimos!

Voltamos tarde da noite, quase 01h00 da matina sem solução!  Decidi e, sob protestos vários da família, armei minha barraca na varanda da casa.  A filha do Miguel e ele, inseriram um colchão de ar dentro da barraca e eu dormi como um rei, em meu palácio, sem ligar para a tremenda chuva que desabou naquela noite.

Ainda em 20/01/2012, 4 dias após a comunicação do sinistro ao corretor, a Iracema me informou pelo celular do Miguel, que a Seguradora Allianz havia negado cobertura do sinistro, sob alegação de não extensão de perímetro, ou seja, eu não havia contratado o adicional de perímetro necessário para viagens cobertas aos países da América do Sul.

Caramba, eu não tinha a apólice comigo, todavia estranhava que a apólice não cobrisse tal viagem, pois sempre me preocupei que houvesse cobertura nas apólices, já que viajo bastante para nossos vizinhos. 

O corretor, depois de me informar que havia entrado com reclamação na Ouvidoria Allianz, me sugeriu que eu levasse a moto até o Brasil onde trataríamos melhor desta pendência. O Miguel chegou a aventar a hipótese de me transportar até Uruguaiana, cerca de 800km de Córdoba, o que recusei.  Teria que dar um jeito de condicionar a moto e pilotá-la até lá. O corretor dizia que no Brasil seria obrigatório o transporte pela Assistência 24 Horas.

O Miguel me levou até Córdoba, Gran Hotel Astória, na Av. Colón, onde fiquei bem acomodado, sem incomodar sua família. Com o Wi Fi na recepção pude continuar meus contatos com amigos, familiares e com o corretor.



Com a confusão armada, pedi ao Miguel que buscasse a moto na oficina do primo e a ajeitasse para meu retorno até Uruguaiana.

O Miguel havia levantado a situação de todos os itens danificados, os listara e os enviara a uma concessionária BMW de Córdoba para orçamento de peças e mão de obra.  Segundo ele, o reparo ficaria mais barato em Córdoba que no Brasil.  Assim, ele iniciou o reparo do que seria possível, habilitando-me a retornar ao Brasil. Eu informei o corretor disso.

Na 6ª feira, 20/01/2012, o corretor confirmou que a Assistência 24 Horas havia decidido buscar a moto onde estava, trazendo-a ao Brasil, via Uruguaiana. Disse-me ainda que a passagem Córdoba/S.Paulo seria providenciada pela Assistência 24 Horas Allianz.  No mesmo instante pedi ao Miguel que suspendesse seu trabalho de reparação da moto, dizendo-lhe o motivo.

No mesmo dia, perto das 18h00, recebi um aviso de que deveria preparar uma Procuração para a Allianz para transporte da moto.  Confesso que fiquei muito bravo com essa indefinição do corretor e da própria Allianz. Como eu conseguiria uma Procuração autenticada por cartório àquela hora? Acabei ficando mais um final de semana em Córdoba à espera que na 2ª feira conseguisse a tal Procuração.

Para efeito de obtenção de novo rádio Nextel (havia perdido o meu), precisei de um Boletim de Ocorrência na polícia local. Na 2ª feira, dia 23/01, fui a uma Delegacia permanecendo 7 horas para conseguir um BO com 13 linhas, que levou somente 15 minutos para ser feito!  Coisas que não entendemos, férias forenses em janeiro, mês de afluxo de turistas e pleno verão.

Obtive a Procuração no dia 24/01/2012, à tarde, depois de muita confusão para pegar um ônibus que me levasse a Bialet Massé, via Carlos Paz, na tarde de 25/01/2012, entreguei-a ao Miguel para que passasse às mãos do transportador argentino.  Este a entregaria ao transportador brasileiro na cidade Paso de los Libres/Uruguaiana. Entreguei também as chaves de ignição e das maletas traseiras, permitindo eventuais fiscalizações pela polícia durante o trajeto, além do documento da moto.

Para diminuir minha tensão com tanta indefinição, preferi seguir a Bs Aires, comprando minha passagem na Austral. Tentei chegar ao aeroporto mas já era tarde. Decidi deixar para o dia seguinte.

A Iracema conseguiu agendar a passagem para o dia 26/01/2012, às 08h45.  Eu já havia reservado o Hotel Sales, em Bs Aires, próximo ao Obelisco, onde fiquei até dia 30/01/2012, quando peguei o avião da Gol, retornando ao Brasil, com custos pela Allianz.

Minha moto já havia chegado à minha casa e ainda espera minhas decisões de reparo.

Hoje, 31/01/2012, relendo a apólice em todas suas cláusulas, percebi o seguinte:

1. Assistência 24 Horas independe do Aviso de Sinistro!

2. Assistência 24 Horas atende todo o Mercosul, independentemente da cobertura estar ou não com ampliação de perímetro! Por que tanta indefinição sobre a busca da moto em Villa Unión e Córdoba?

3. Minha apólice exige extensão de perímetro e eu não a havia solicitado, nem pago a diferença. Havia confiado que ela atendesse tal perímetro, uma vez que o seguro foi feito especialmente para esta viagem, tal qual a compra desta moto!

4. A partir de 05/2012 todas as seguradoras são obrigadas a atender o perímetro do Mercosul para sinistros e assistência 24 Horas.  Minha apólice iniciou em 02/02/2011! Se houvesse algum comunicado da Allianz sobre as alterações das apólices, certamente eu a teria atualizado!

5. Ao solicitar a Carta Verde ao meu corretor, que não a emitiu, tendo-a obtido por outra corretora com contratação da HDI, poderia ter sido avisado por ele que eu não teria cobertura durante a viagem. Ele ainda insiste que me avisou disso, mas ...

6. Em 31/01/2012, enviei à Ouvidoria da Allianz, uma reclamação sobre a demora no atendimento da Assistência 24 Horas e sobre a minha obrigação de esperar o transporte para assinatura do relatório de avarias a ser elaborado pelo condutor do 1º veículo. Certamente, houve desencontro de informações e orientações entre o corretor e a agência da Allianz em São Paulo, com as quais acabei sendo prejudicado, tendo que assumir os custos dos reparos (por desinformação/esquecimento) e a permanência por vários dias à espera do transporte. Teria ficado maluquinho se esperasse em Villa Unión, desde 16/01/2012 até 26/01/2012, quando foram buscá-la.  Sábia decisão a de seguir para Córdoba onde o conforto foi maior.

Espero que a Ouvidoria Allianz, pelo menos, consiga o ressarcimento do transporte de Villa Unión até Córdoba e que assuma parte dos custos dos reparos a serem feitos na minha moto.  Quem sabe, entendam que são responsáveis como polo passivo nesta problemática toda e não se atenham unicamente ao quesito: Extensão de Perímetro. Tenho esperança que o bom senso supere a tecnocracia burocrática.

Enfim, parte do sufoco foi solucionado com a transferência da moto.  Agora preciso conseguir repará-la com qualidade e a menor custo que uma concessionária.  Afinal, em 11 ou 12/2012 deverei recomeçar esta viagem onde parei.

Córdoba até Patquia, visitando o Parque Tallampaya e continuando minha viagem até Ushuaia, pela Ruta 40!

Até lá!

Muito grato a todos vocês e fiquem com Deus!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

USHUAIA - RUTA 40 - 12º DIA

Na 2ª feira, dia 16/01/2012, tão logo terminamos o café da manhã, nos despedimos, tendo o Germán seguido para sua empresa e a Claudia para a fisioterapia no cotovelo, operado em consequência de queda na Amazonia brasileira, poucos dias antes de chegarem a Tucumán, final da incrível viagem.

Através do já meu conhecido amigo GPS, segui para os pontos definidos pelo Germán, agora em direção a Ushuaia, concluídas minhas visitas aos amigos motociclistas que tinha na Argentina.








Eram cerca de 19h30 quando abasteci em Chilecito. Curiosamente, uma lei municipal proíbe ao frentista abastecer uma moto se seu condutor tirar o capacete. O calor era imenso e a primeira coisa que fiz ao descer da moto foi tirar o meu, quando o frentista parou de colocar o combustível. Explicou-me sobre a lei e tornei a colocar o capacete...  Pago o frentista, bebi um gatorade para repor líquido e sais minerais. Pela hora, o sol ainda brilhava e faltavam somente 105km para chegar ao ponto final do dia, no roteiro do Germán. Entendi que chegaria a Villa Unión por volta das 20h30, mais ou menos. Decidi, então seguir viagem.

A estrada estava muito boa, a moto, como sempre, uma tetéia deliciosa e eu feliz da vida, apreciando aquelas paisagens montanhosas, aquele silêncio dentro do capacete, quebrado somente pelo vento.

Depois de uns 40/50 km rodados, li uma placa dizendo: Final do trecho asfaltado. Foi ler e entrar no rípio.  Havia me esquecido do que dissera o Germán, que pegaria um trecho de rípio entre Chilecito e Villa Unión.  Putz, entrei no rípio com toda a cautela, pilotei numa boa a 20 e 30 km/h, numa estradinha cheia de curvas, muito estreita, com passagem para somente um carro, tendo à lateral barrancos e precipicios de vários metros.  O piso vermelho de terra, muitas pedras de pequeno tamanho não foram obstáculo para a poderosa R1150GS que pilotava. Com vagar fui subindo e fotografando o mais que pude, embora me preocupasse os restantes 60/70 km com a noite caindo sobre os vales.








Naquela região há o vale Cuesta de Miranda, abrangendo todas as fotos que fiz acima.

Bem, alguns km à frente, quando terminou essa pequena estradinha, apertada, cheia de curvas e piso que exigia cautela aos pouco acostumados com estradas não asfaltadas, como eu, ela se abriu mais, permitindo passagem de 2 carros na pista.  Embora ainda com rípio, este se mostrou mais firme e a moto apresentou-se mais equilibrada, tendo eu acelerado para uns 40/50 km/h.

Passou ao meu lado uma camioneta em velocidade muito maior, levantando poeira incrível que me tirou toda a visão da estrada. Sabia que ela era reta pela memória visual anterior e usei somente o freio motor para reduzir a velocidade, já que não enxergava nadinha. Pude perceber que o motorista chegou a brecar logo adiante de mim, quem sabe uns 10 ou 20m pelo brilho das lanternas traseiras.

O que dizer a vocês, na velocidade que vinha, saí daquele rípio firme e entrei num rípio formado por areia, pedriscos e pedras.  De imediato, a Piu Piu balançou perigosamente e daí em diante, comportou-se com um cavalo de rodeio. Corcoveou, sua frente não coincidia com a traseira e debalde foram meus esforços para endireitá-la, tal a instabilidade do piso. Segurei-a por uns 30m e acabei soltando-a, rolando pelo rípio arenoso.

Eram, exatamente, 21h02, de 16/01/2012, 11 dias após minha saída de Sampa.  Havia rodado até então 5.280km, contados os quase 900km daquele dia.  Faltavam-me cerca de 11.500km pelo projeto original de chegar a Ushuaia, indo pela Ruta 40 / Carretera Austral e retornando pela Ruta 3.

Não foi a primeira vez que caio da moto em movimento, realmente, depois de tantos anos pilotando moto, foi a segunda, enquanto muitas vezes caí ou deitei a moto, paradinho da silva, em postos de gasolina, escorregando no piso ou terrenos fofos, afundando o suporte lateral.

Eu estava completamente paramentado de motociclista, em que pesasse o calor reinante. Esta foi minha salvação, haja vista que me levantei sem um arranhão, embora todo empoeirado, com areia/pedriscos no capacete e dentro da roupa.

Minha brilhante R1150GS douradinha - Piu Piu jazia deitada na beira da estrada, sobre sua mala esquerda.  Tenho fotos desta triste situação, porém me reservo o direito de não publicá-las, acreditando que vocês me compreenderão.

Saquei-lhe as malas e a bolsa superior que trazia amarrada no banco garupa.  Tentei levantá-la e, ainda que esteja em ótimas condições físicas, depois de meses treinando em academia para tais ocasiões, não consegui. A lateral da estradinha tem uma canaleta para escoamento de água e como ficou a moto, estava impossível levantá-la sozinho.

Esperei uns 30 minutos sem que um carro passasse.  A noite caía rapidamente e eu sabia que o frio acompanharia a escuridão.  Estava me preparando para montar minha barraca quando vi um homem caminhando em minha direção. Conversei com ele e pedi-lhe ajuda para levantar a moto. Da forma tão comum aos argentinos, muito simpaticamente me ajudou a coloca-la sobre seu suporte lateral.

No quase escuro, não pude confirmar o estado da moto, mas procurei verificar os danos. Concluída a inspeção e crendo que o óleo tivesse voltado ao carter, liguei a chave, o painel acendeu e a moto pegou!!!  Incrível, mas ela ronronava como se nada houvesse acontecido.

A iluminação dianteira estava prejudicada, pois ambos os faróis perderam a regulagem, tendo o de alta se quebrado. A lanterna (pisca) esquerda dianteira também se rompera na queda.  Tudo bem, pensei, vamos ver como ela está rodando...

Coloquei-lhe as malas laterais, a bolsa traseira e, vagarosamente, continuei no rípio, ainda que com quase nenhuma visibilidade.  Acreditem, não vi mais nenhum carro ou moto ou gente na estrada. Ainda bem que "meu cavalo" estava me levando a Villa Unión.

Logo após 7 km percebi que havia me enganado com o trecho de rípio, pois o asfalto retornou e a chegada a Villa Unión ficou facilitada.  Como percebem, a perda de visão com a poeira, a velocidade, mesmo que baixa, e o rípio provocaram minha queda e, consequentemente, a interrupção da minha viagem.

Muito empoeirado, cansado, com tremenda sede e, acima de tudo, muito frustrado, cheguei ao pequeno hotel.

Após beber uns 2 litros de água do bebedouro da recepção, fui ao quarto onde tomei banho, colocando roupas limpas.  Fiz várias fotos registrando as avarias da moto visando enviá-las ao meu corretor, de forma a que ele entrasse com o sinistro rapidamente.  Naquela mesma noite, pelo Skype, consegui contato com minha sócia e secretária Iracema, reportando-lhe a situação e pedindo que acionasse a Assistência 24 Horas da Seguradora Allianz.

Pelo adiantado da hora, deitei-me, comendo antes 2 barrinhas de cereais que levava comigo.

Pensei que seria o final da viagem, entretanto ela continou, pelo menos em meus relatos.

Tchau!





USHUAIA - RUTA 40 - 11º DIA

Havia me preparado para seguir viagem naquele domingo mesmo, todavia o Germán me disse que iria até Taffi del Valle atendendo convite de um amigo muito querido, que há anos curtia enduro com ele. Disse-me que havia conversado com seu amigo, dizendo-lhe que estava com um "motero" brasileiro, que viera do Brasil. Que venha também, para que nossa reunião seja internacional, respondeu-lhe o amigo.

Sem pressa, como sempre, e curtindo o que viesse à frente, agradeci o convite e segui com eles, àquele local paradisíaco, já descrito por mim a vocês.

No caminho, passamos por um monumento à Pátria Argentina, muito bem cuidado, visitado por turistas e pelo povo da região.




O Taffi del Valle é formado por terreno pedregoso, onde cada área privada, superior a 2.000m2, é cercada por simples aramados, com casas muito bem boladas para aconchegar os moradores durante o inverno e o verão. Ao fundo do vale há um imenso lago, onde são praticados diversos esportes náuticos.
Segundo me foi informado, há uma boa competição entre aqueles que gostam da equitação sobre cavalos de raça e aqueles que apreciam o enduro, subindo com suas motos preparadas incríveis trilhas, quase inimagináveis para nós, estradeiros.

Nossa chegada foi comemorada, uma vez que Germán e Claudia são muito queridos por seu amigos, sendo o Germán considerado o melhor endurista de Tucumán, inclusive presidindo um dos clubes desta modalidade de motociclismo.

O churrasco corria solto quando chegamos. Minha recepção foi do tipo: Então brasileiro, lá no Brasil tem um vale destes? Lá tem um churrasco destes? E assim por diante, em plena gozação, ao que lhes respondi que sim, pero muy mayor!!!!  Foi uma gargalhada só!



 A conversa rolou a tarde toda, quando o Germán apresentou um mapa das 3 Américas, tendo desenhado no mesmo todas as rotas seguidas por ele e Cláudia, durante o ano em que viajaram.

Seus relatos deverão constar em livro já previsto pelo Germán que, certamente, servirá de guia para milhares de motociclistas ao se aventurarem em viagens similares.

Como podem depreender dos meus relatos, as gozações entre brasileiros e argentinos são amigáveis, com exceção daquelas relacionadas ao futebol, paixão de ambos os povos, onde consideramos Pelé como o Atleta do Século XX e eles nos negam isto, apresentando Maradona e hoje o Messi.

Qualquer animosidade somente existirá entre brasileiros e argentinos no campo do futebol, uma vez que no quesito motociclismo, eles são magníficos companheiros, sempre prontos a ajudar no que precisarmos.  Mais à frente, todos entenderão o significado de "Irmãos das Duas Rodas" que tão bem nos caracteriza.

Ao cair da tarde, retornamos à casa de campo de Germán e Claudia.

Para entenderem a hospitalidade desse amigo, saibam que ele ficou comigo até perto da 01h00 inserindo em meu GPS Garmin 660 todo o roteiro que havia feito em sua viagem, desde Tucuman até Ushuaia, incluindo rotas como a Ruta 40 e outras que definiriam lugares mais importantes de se visitar. Alguns trechos com rípio, que deveriam exigir mais cuidado na pilotagem e outros trechos de asfalto.

Não satisfeito, inseriu todo o trecho de Ushuaia até Bs Aires, de onde eu retornaria ao Brasil, cerca de 10.000km à frente e uns 20 dias de moto.

Cansado, mas realmente feliz da vida, fui dormir o sono dos felizardos!

Tchau!

  

domingo, 22 de janeiro de 2012

USHUAIA - RUTA 40 - 10º DIA

Acordei, tomei o café simples na rede hoteleira de baixo custo: café com leite e 2 croissants (facturas)! Fiz contato com a residência do Germán, sendo atendido pela sua esposa, Cláudia. Alegrou-se quando me identifiquei e, gentilmente, deu a informação que seu marido estava na empresa, trabalhando.  Caramba! Era sábado e ele trabalhava?


Liguei para ele, que me convidou para ir até lá. Eu tinha um pequeno vazamento de óleo na bengala direita e o Miguel (de Jujuy) havia dito que era muito simples solucionar, bastando equilibrar as pressões das bengalas, através dos parafusos allen superiores.


Com o endereço e meu GPS foi muito fácil chegar lá.  O Germán me recebeu com muita alegria e disposição para ajudar.  Acabei eu ajudando-o na verificação e solução do problema.


Eram já 15h30 quando terminamos e ele fechou a empresa (fabricação e montagem de acessórios de proteção a camionetes - parachoques - santo antonio etc.).  Eenquanto reparávamos a moto, ele me contava sua fantástica viagem de quase 1 ano, entre Tucumán-Ushuaia-Tucumán-Alasca-Tucumán.  Esse camarada é fera mesmo!  Segue o site dele, onde conta sua epopéia com inúmeras fotos. www.mundoenmoto.com .  Este sim é um motociclista de mão cheia!


Saindo de lá, ele me levou à sua casa de campo, distante uns 30 km da cidade. O lugar é maravilhoso e sua casa uma jóia, com muito conforto.  Tomamos um café com acompanhamento, aguardamos a chegada de Cláudia e, enquanto isto, falávamos de nossas viagens.


Antes da viagem Ushuaia-Alasca, ele fizera, também com a Cláudia na garupa, uma viagem pela América do Sul de 4 meses, naquela oportunidade com uma moto KTM990.  Conheceu todo o Brasil, principalmente nosso litoral, do qual é um apaixonado.


Quando a Cláudia chegou percebi que as fotos retravam bem sua figura. Muito bonita, sorridente e, acima de tudo, simpatissíma. Abraçou-me igual o Germán o fizera, como se nos conhecêssemos há anos!  Putz, e já nos conheciamos mesmo!!!  Essa é outra história para depois!

A região de Tucumán é linda, em alguns lugares com paisagens européias. Eles me levaram para conhecer uma região conhecida como Les Nogues, onde sobressaem grandes áreas com residencias luxuosas, cercadas por muitos jardins e árvores.

Todo o percurso é feito por uma estradinha estreita, calçada, com inúmeras subidas, descidas e curvas. A cada curva uma nova visão do vale lindíssimo. Chegando ao alto daquelas montanhas, um hotel restaurante imenso, muito elegante, com cardápio sofisticado e um enorme belvedere, de onde se faz pequenas refeições, cafés e um bom papo. A vista é deslumbrante pois os vales se somam até onde a vista alcança. A uns 500m, em um pequeno monte, está uma estátua de Cristo, voltada para os vales, como se os abençoando.

Depois de tomarmos um bom café, acompanhado de uma torta deliciosa, empreendemos a volta, novas paisagens e novas construções, entre as quais uma igreja ao fundo do vale, toda construída em pedra, datada de muitas décadas. Um passeio que recomendo a todos.
Voltando para a casa, continuamos a conversa e a noite chegou.  Precisava voltar ao hotel para meu 2º pernoite em Tucumán.

O Germán decretou que eu iria dormir naquela casa. A Claudia voltaria à cidade comigo, buscaria sua mãe, passaria no hotel para pegar minhas coisas e retornaria à casa, pois o Germán assaria umas carnes para nós.

Saí do hotel e voltei para aquela casa de campo, onde encontramos o Germán assando um monte de carnes diferentes, tal qual uma parrilla argentina de verdade!  Um casal de amigos também já estava lá.  O ótimo papo e a comilança terminaram de madrugada.  Que recepção, meus amigos!

Tchau!

USHUAIA - RUTA 40 - 9º DIA

Em Cafayate mesmo não há muito o que visitar a não serem as Adegas locais (bodegas).  Por sugestão da dona da pousadinha, fui a 2 delas, de onde fiz fotos à distância da cidade.  Cada uma delas distava uns 5 a 7 km em estradinha de rípio e lá fui eu treinando no rípio, só que sem a bolsa traseira, pesadona.

Foi muito legal, cheia de poeira dos carros que passavam em maior velocidade. Alguns motociclistas locais andam no rípio como eu no asfalto!!!  Não economizam pneus e se equilibram com maestria em velocidades incríveis.

Por volta do meio dia, segui viagem para Tucumán, onde visitaria meus amigos Germán e Claudia, recém chegados do Alasca.

O calor continuava infernal, mas as paisagens eram sensacionais, a ponto de esquecer o suor que encharcava minha roupa e secava com o ar quente.  Saindo do plano, comecei a subir uma serrinha de piso gasto, cheia de curvas, todavia com paisagens de abrir sorriso!  Sem perceber, o calor foi diminuindo e o frio aumentando.

Sobe e sobe, curvas e mais curvas, em cada uma sua paisagem linda e particular. Estava valendo a pena viajar assim, principalmente para um cara que como eu, gosta de ver onde anda, parando, fotografando, conversando e por que não, pensando como somos pequenos diante da grandiosidade de quem bolou e construiu tudo isso!

Esse povo daqui é mesmo montanhista! Passei por 3 ciclistas, com mountain bike. Dois homens e 1 mulher.  Um deles, além de pedalar sua bike, ainda empurrava com a mão direita, as costas da ciclista que também não parava de pedalar, nem dava sinais de exaustão!  Eu os filmei para lembrar do que é possível o homem atingir.  Uma viagem dessa entre Cafayate e Tucumán leva uns 2 dias, parando de pedalar somente para dormir em barracas individuais, que levam nas bikes, segundo me informaram!

Sem frescura, o frio foi intensificando, a ponto de ligar a resistência de aquecimento das manoplas para aquecer as mãos.  Eu havia perdido minhas meia luvas e as outras estavam dentro do malão, todo amarrado na moto.  Preferi continuar e deu tudo certo.

Enfim, a paisagem, a alternância do calor, do frio e a deliciosa sensação de pilotar uma moto naqueles lugares são indescritíveis.  Estava me sentindo muito bem e feliz, graças ao Criador!

Cheguei em Tucumán ao final da tarde.  Um motorista de taxi me indicou o Hotel Colonial, bem no centro da cidade. Fui e gostei. Era bom e barato! A diária era de US$ 70 e a cochera (estacionamento em frente) mais US$ 3, com café da manhã.

Tomei o banho de sempre e me mandei para o centro buscando jantar.

Era cerca de 20h00 local e eu doidão por um assado de tira...  Cheguei no restaurante indicado, encontrando-o fechado.  Abriria somente às 20h30 e não havia chegado nenhum empregado até aquela hora, segundo o gerente que atendeu a porta.

Procurei outro, encontrando um restobar, comendo lagarto ao molho com fritas, regado com uma senhora cerveja escura Salta de 1 litro!!  Que beleza!  Lá encontrei o garçom mais parecido que já vira com o personagem do Jô Soares, o Gardelón, lembram-se? Seu nome: Luiz e trabalha no RestoBar Garçon.  Tudo nele me lembrava o Gardelón e ri muito sozinho alí...

Voltei para o hotel e dormi com a barriga agasalhada... he he he...

Tchau!

USHUAIA - RUTA 40 - 8º DIA

Quase sem grana, busquei contato e pedi ajuda a São Paulo. Minha secretária disse que só tratariam comigo e que o Itaú lavou as mãos, afirmando ter sido só o vendedor!  Pode?

Até que fui bem atendido pelo pessoal do Global Travel Amex, mas não conseguiram que a Amex Argentina liberasse dinheiro pelos caixas eletrônicos.  Coisa de louco!

Precisei que enviassem uma Ordem de Pagamento para que tivesse parte da minha grana em minhas mãos!!! A retirada ficava num supermercado local Chango Mas e lá fomos.  Aproveitei e comprei o compressor que o Miguel indicara como muito bom. Pequeno e prático!

Com o compressor e macarrão suficiente, havia que energizar o dito cujo. Não tinha "tomada" na minha moto e o Miguel providenciou a conexão, via acendedor de cigarros.

Foi uma briga o pagamento ao Miguel. Fizemos o inverso do judeu e do árabe: Eu queria pagar mais e ele queria receber menos...  Dividimos pela diferença, com muito custo!

Com estas e outras a metade desse dia passou rapidinho e acabei saindo mais tarde do que gostaria.

Por sugestão do Miguel, deveria ter seguido de SSJujuy para Chati, via R-40 e rípio, com paisagens sensacionais, onde dormiria. Depois seguiria a Salta e dali para Cafayate, para dormir mais uma vez.

Como bom aprendiz de GPS, coloquei Salta como objetivo e lá me fui por asfalto, sem me lembrar de Chati, perdendo a oportunidade.

Fiz muitas fotos de Salta que os amigos Giovani, André e Darcy queriam ter feito. Logo estarão nas mãos deles.

Cheguei em Cafayate à tardezinha, depois de viajar por uma estrada muito legal, bonita e tranquila. Difícil foi encontrar uma pousada, já que hotel não havia chance! Pensei até em usar minha barraca!

Consegui chegar a uma pousadinha muito legal, pequena mas com ótimo atendimento, um pouco mais afastada do centro, onde pernoitei.  Estava mesmo cansado.

USHUAIA - RUTA 40 - 7º DIA

Na 2ª feira, tinha as seguintes pendências:
> Comprar um celular argentino com chip Claro para melhor desempenho até Ushuaia;
> Lavanderia
> Reparo do netbook (word pulando linhas, indo para trás no texto ou apagando texto já redigido
> Comprar compressor para encher pneus, já que comprara macarrão em Foz
> Sacar pesos via Cartão GlobalTravel da Amex, vendido pelo Itaú.

Como era de se esperar, o Miguel foi gentil e parceiro. Levou-me à cidade e percorreu comigo os lugares que precisei passar.

> Comprei o celular, pré pago, créditos e tudo bem. Come tantos créditos que não o carreguei mais;
> Lavanderia => OK!
> Netbook não conseguiu ser consertado pois esqueci de levar o carregador e não deu para o técnico. Conseguiu instalar um anti-vírus, mas continua muito ruim,  pois ele pula, apaga, some e o escambal...
> Comprei um compressor por uns R$ 20,00 !!!!!
> Este Global Travel American Express não funciona até hoje. Como cartão de débito sim, mas saque em caixa eletrônico, esqueçam. Não sai nada e não adianta pedir ajuda.

Assim passou o dia, andando de lá para cá atrás de soluções, algumas sem resultado.

À noite, convidei o Miguel, a Sílvia e a Mônica para jantarem. O Miguel e a Sílvia não bebem nada de álcool, sobrando para mim e Mônica saborearmos um senhor vinho da região.

Após o jantar, levamos a Mônica para a casa da amiga e voltamos dormir.

É só!  Tchau!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

USHUAIA - RUTA 40 - 6º DIA

Olá, amigos!

Pela manhã do dia 12/01/2012, deixamos Salta em direção a S. S. Jujuy, distante menos de 150km. Por conselho de uma frentista, seguimos uma pequena estradinha que circula por floresta muito bonita. É muito estreita e, por isto, perigosa nas curvas. 

O dia estava muito legal e passeamos até Jujuy, fazendo muitas fotos e alguns vídeos.  Com mais tempo eu os colocarei no blog.

Como não poderia deixar de ser, paramos para almoçar no meio do caminho onde ficamos um tempão, chegando à casa do amigo Miguel Liendo já no final da tarde. Meu GPS foi fantástico, pois me levou direitinho até lá.

O Miguel, como ótimo professor, deu umas dicas para os amigos e aconselhou o Darcy, piloto da VStrom, que reduzisse o trem da viagem que economizaria combustível.  A VStrom gasta bem mais que as BMW GS.

Bem, os 3 que seguiriam para San Pedro de Atacama decidiram seguir até Purmamarca ou Susques para dormirem, economizando tempo.  Saíram a tempo de chegarem por lá.

Eu acabei ficando na casa do Miguel, como hóspede, já que uma nova amiga, Mônica, desocupou o quarto indo para a casa de outra amiga, sob meu protesto, claro!

Ocupei o quarto e, à noite, papeamos bastante sobre a viagem e as pendências que tinha para resolver, além das inestimáveis dicas sobre as estradas de rípio.  Depois de um senhor jantar servido pels esposa do Miguel, a querida Sílvia, fomos dormir.  O dia seguinte seria intenso.

Até lá!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

USHUAIA - RUTA 40 - 5o DIA

Bem, amigos, já na terça feira, dia 10/01/2012, saímos do hotel de Corrientes com destino a Salta, cerca de 90 km de SS Jujuy, destino original. Essa mudança foi para seguir o conselho do Pico, de Foz, que nos disse ser muito bonita a cidade e que valeria a pena conhecê-la.

Confesso que nao conhecia Corrientes e nao gostei dela, ainda que só pelo pernoite. Hotel velho, decaído, sem a necessária manutençao e custando USD 70,00. Pareceu-me, superficialmente, uma cidade comum, sem atrativos e que nos serviu somente para pernoite.

Para complicar um pouco, motocamos pela avenida principal e nao pelas laterais. Nao havíamos observado que era proibido trafeo de motos naquela pista. Chegando ao final dela, prontos para entrar na rótula que nos levaria à rodovia, fomos parados por um posto armengado da polìcia municipal. Sabem como é, aquele chavéco de novo, que a multa seria 800 pesos para cada um etc etc. Lá estávamos nós sacaneados pelos homens da lei e fardados. A negociaçao foi para 100 pesos de cada, reduzido para 50 pesos e nao se fala mais nisso.  Só faltaram nos abraçar e mandar beijinhos para a mamae...

Ao pegarmos a estrada, percebemos que na tarde anterior estávamos longe do andar do capeta, já que a tarde de hoje pareceu-nos mais próxima. Sempre há algo pior ou melhor que tudo que já vimos, nao é mesmo?  A cada posto que tinha combustível, nós parávamos e enchíamos os tanques. Nao dava para brincar com a sorte. Aproveitávamos para encher nossos tanques corporais com muita água e gatorade.  Foi difícil, mas chegamos a Salta, através de uma estrada maravilhosa, onde pudemos fincar os 160 km/hora e o Darcy 200km/ para nos alcançar.

Já Salta, mais ao alto, quase aos pés dos Andes, é uma cidade mais pujante, mais movimentada e mais alegre. Perdoem-me os amigos de Corrientes, mas viveria melhor em Salta, claro. Encontramos aquele amigo carioca que viaja com sua família, 2 meninas e 1 menino, numa L200 e que segue para S. Pedro de Atacama. Antes de fecharmos um pernoite num hotel que encontramos, ele nos levou para o dele e lá ficamos. É, na verdade, um Apart Hotel, com cômodos grandes e confortáveis. Ficamos em 2 em cada apto e nos custou 315,00 pesos, ou R$ 155,00 reais "o casal" ... he he he...  Certo, havia 1 quarto e uma sala com 2 camas de solteiro e todos dormiram separados, por supuesto!!!!

À noite, saímos para jantar, algo leve, já que havíamos almoçado carne, carne e carne....  Nao deu para escapar quando vimos uma parrilla na mesa vizinha e, para diminuir o peso da consciência, pedimos um franguinho. Eu e o André comemos a parrilla e o Giovani com o Darcy, o franguinho com massa. Tudo regado a um bom vinho local e cervejinhas litro da Brahma, geladíssimas.  Ah! Esqueci de falar das 2 saladas mistas muito deliciosas.

Bem, chegamos ao final do dia e amanha terao mais... Fiquem com Deus.



USHUAIA - RUTA 40 - 4o DIA

Amigos,

Quando pensei que seguiria o plano inicial de viajar sozinho, pois nao encontrara os amigos que seguiriam para Atacama, houve contato com o Giovani que organizou a saída do bonde para 09h00, da segunda feira. O ponto de encontro ficou no Grand Hotal Casino, em Puerto Iguazú (Argentina).

Passar a fronteira com passaporte sempre foi muito mais fácil que com o RG e isto ocorreu. O problema foi na casa de câmbio, onde havia uma fila de umas 20 pessoas para trocar reais ou dólares por pesos argentinos. O calor intenso e a fila que nao andava, deixava todos muito inquietos.  Deveria ter trocado em Foz do Iguaçu ou outro local da Argentina. Cerca de 01 hora perdida nisso!

O Gran Hotel Casino è enorme, lindo e um senhor cassino. Para jogadores, há pacotes muito legais, englobando passagens aéreas, traslado para o hotel e as diárias com tudo incluído. Foi lá que o Giovani hospedou-se com sua família.  Os outros 3 pobres mortais que nao se preveniram ficaram em Foz, em hotéis meia boca.  Havia muito visitantes em Foz que iriam à Ciudad del Leste para as comprinhas...

No lado argentino, no primeiro posto, do Automovel Clube deles, jà havia uma enorme fila de carros para abastecer. Eu decidira abastecer na Argentina e me dei mal.  Somente uns 150kms à frente consegui combustìvel e todos enchemos os tanques, com 95 octanas. Daí pra frente, pau na máquina!!

Nao há muito o que digitar no trecho até SS Jujuy por serem estradas conhecidas (Ruta 12 e Ruta 16), todavia nao poderiam faltar as mordidas dos policiais. Próximo a Posadas, fomos cercados por um carro da polícia local, do qual desceram 4 homens uniformizados.  Alegando que havíamos ultrapassado em faixa amarela dupla, ameaçaram multar para pagamento no forum que abriria somente no dia seguinte. Já conhecia esse chavao, como também sabia que nao havia muito o que fazer. A negociaçao foi tocada rápido para seguirmos viagem. Custou somente 100,00 pesos para cada um!!!

O problema nao é pagar por uma infraçao cometida, mas pagar por algo nao feito é sacanagem!!  Como nao somos santos e algumas ultrapassagens irregulares, longe dalí, foram feitas ficou mais fácil engolir esse sapo!

A chegada a Corrientes foi feita pela Ruta 12, com trânsito tranquilo, mas um sol de arder o capeta! Nas paradas, totalmente ensopados pelo suor, bebíamos litros de água, gatorade e outros liquidos...

Por volta das 19h30, chegamos a Corrientes. Nao tinhamos hotel reservado e a procura no trânsito cheio foi complicada. Na praça central encontramos um velho hotel e lá ficamos.

Depois de banhados e trocados, saímos para procurar algo a comer. Coisa leve, pensamos todos. Foi tranquilo comer aquelas pizzas regadas a cervejas e, como sempre, o vinho do André.  Já avançados na hora, passada a meia noite, fomo para o hotel onde dormimos sono solto, para acordarmos descançados para a jornada seguinte.

Estou digitando em PC emprestado a um amigo.  Mais à frente explicarei melhor, todavia nao encontro os acentos normais de uso em português, logo segurem as pontas, ok?.

Por hoje é só.  Fiquem com Deus!

sábado, 7 de janeiro de 2012

USHUAIA - RUTA 40 - 3º DIA

Acordei por volta das 08h00. Como havia prometido ir à Pico Motos para o regabofe de todos os sábados, decidi não seguir viagem, permanecendo em Foz.

Às 11h15 cheguei na Pico Motos encontando um monte de motociclistas regionais comendo espetinho com cevinhas. Reencontrei o Pico e o Léo. Não deu para o Pico papear, pois a clientela era muita, mas conversei com o Léo, com o Jorge Pedroso e um outro amigo (Kawasaki 800), delegado federal e bom de papo.  Depois de umas 2 horas, concluímos que o Giovani e seus amigos não viriam e fomos nos dispersando.

Voltei ao hotel e, sem celular e sem Nextel (não pega em Foz), não consegui contato com o Giovani. Como ele não sabia minha localização e não ligou para o Pico desmarcando a presença, suponho que tenha se mandado direto.  Estes desencontros são comuns nas rotas da vida motociclistica. Ainda faremos contato, claro.

Andei a pé pela cidade, que depois das 13h00 vira um deserto!  Parece que todos foram à Ciudad del Leste.. he he he... Como já conheço todas as atrações daqui, decidi cochilar um pouco e o fiz legal!  Parece que não sai da rotina de Sampa...

Já reativei os procedimentos para troca de Reais por Pesos e estudei a ida para a Aduana, já que sairei cedo para meu 4º dia de viagem, devagar, quase parando para meu gosto...  Preciso domar a pressa normal de quem viaja, que estressa demais. Tem que ser devagar, sem desespero para chegar no destino. A idéia é seguir até Corrientes ou Resistência, depois do rio, para dormir. A próxima cidade de pernoite, pretendo seja S.S.Jujuy, na 2ª feira.  Espero não incomodar o Miguel que me buscará na estrada.

Reclamação: Continuo perdendo muito tempo consertando as M... que meu netbook faz durante a digitação. Daqui a pouco eu o jogarei no chão e digitarei das lan houses do caminho...  O pior é que descarrego fotos nele, mas está me deixando doidin doidin...  Vou testá-lo sem estar no blog. Depois eu conto...

Para concluir por hoje, digo-lhes que o calor aqui está torturante!  Não há vento e o sol é ardido demais.  Depois do cochilo, fui ao centro, cortei o cabelo num cabeleireiro unisex (1ª vez na minha vida, mas foi um barato.  Em alguns minutos sabia quase tudo sobre a cabeleireira, simpatissíssima e falante).  Depois comprei um legítimo boné da BMW, com o qual sairei nas fotins... he he he...

Agora vou tomar o 2º banho do dia e sair para jantar de leve.

Abraços!

USHUAIA - RUTA 40 - 2º DIA

Durante o trajeto de Maringá a Foz, parei para abastecimento e encontrei o Giovani Arnold, de Unaí-MG em sua BMW R1200GS, que seguia para Foz. Faltavam uns 300km e lá fomos nós.  Como gosto de ser o "Cerra Fila" ou o "Fecha", segui na traseira.  O cara anda rápido! Acredito que a média superou os 100km/h...

Parando frente o Hotel Rafain, na entrada de Foz, fizemos contato com o PICO, dono da concessionária Yamaha daqui.  Confirmou que faria o balanceamento da roda dianteira do Giovani, pois havia trocado aquele pneu e não balanceara a roda. Trepidava lá pelos 160km/h e ele não gostava.... rs rs

O PICO nos recebeu muito bem, balanceou a roda e vendeu-nos o kit macarrão para reparo de pneu (R$ 70,00) + 1 tubo calibrador de pneu (R$ 30,00). Papeamos por umas 2 horas e o Giovani seguiu para o lado da fronteira argentina onde sua família o esperava, pois viera de avião.  Definimos que amanhã, sábado, o PICO repetirá o que faz todos os sábados, ou seja, um churrasco de espeto regado a cevinhas.... Nos reencontraríamos para agendar a saída para a Argentina.

Não consegui o endereço dos brothers de Assunção e deverei seguir para S.S. Jujuy via Corrientes e não pela Ruta 81 como planejara.

O Giovani esperava 2 amigos que chegavam a Foz, pois farão viagem a S. Pedro de Atacama, visitando o deserto, que não conhecem. Assim, até Jujuy poderemos seguir juntos em 4 BMW, completando os primeiros 2.500km da viagem a Ushuaia.  De lá, seguirão para o Passo de Jama, ao noroeste e eu seguirei minha viagem solo rumo ao sul.

Tenho feito contato com Miguel Liendo - de SSJujuy, que espera minha ligação qdo chegar lá. Como não sei se na Ruta 40 terei Internet wireless sempre, penso na compra de um 3G e conversaremos sobre isto lá.  Certamente, falaremos sobre motos, viagens e manutenções, já que ele é um expert na matéria e um excelente ponto de apoio para qualquer motociclista que por lá chegue.

Encontrar hotel em Foz numa sexta feira, verão, férias... não O....

Paro aqui para não dar uma porrada neste netbook...  Ele está uma M...... sem tamanho!!!!  Digito alguns parágrafos e ele apaga tudo, meu!!!!!  O ponteiro do mouse fica passeando e, de repente, para em algum lugar que, na primeira teclada, apaga um monte do que digitei.  Outras vezes ele volta lá no meio do texto e eu fico digitando para ter que apagar tudo de novo.  Vai ser dureza!!!!!  Respirando.... respirando....  Vamos lá.. de novo....

Consegui lugar no Hotel Riviera, depois de procurar em 3 ou 4 outros, lotados!!!  Muito simples, mas gentil e barato (USD 54,00). Tão pequeno que não tem mesa e cadeira. Pedi uma e precisei colocá-la na porta do banheiro, pois é o único espaço vago e onde há a única tomada para conectar o netbook. Estou digitando de frente para a pia e privada....  É cômico, claro!

À noite, o Pico me buscou e fomos ao CAPITÃO BAR, referência em Foz. Sua família, um amigo Leo - MCBDA e um casal de amigos - Humberto .´. e esposa, chegaram logo após. Bate papo gostoso, bom petiscos, cevinha gelada e as horas passaram. Vale que o Pico é o coordenador do Moto Clube Bodes do Asfalto - MCBDA de Foz, do qual sou membro honorário.  O MCBDA é um dos maiores moto clubes do mundo, cerca de 5.000 integrantes no Brasil e no mundo.

Dormir, dividindo a cama com a bagagem não tem preço!  Ainda bem que o ar condicionado funcionou e dormi legal!  O café da manhã é basicão, mas sempre melhor que os da América Latina, onde, quase sempre, é servido café com leite e um ou dois croissant nos hotéis mais baratos.  Estou em preparação para contenção de despesas... he he he...

Como havia dito, a moto está show  não poderia ser diferente, como dizem os entusiastas da BMW, que ainda não sou, pelo noviciado nesta máquina.  Será a primeira vez que cruzarei os Andes em máquina injetada e não carburada.  Todas as vezes anteriores foram de sacrifício, onde até cebola usamos para melhorar o desempenho das coitadinhas...

Preciso diminuir o volume da bolsa traseira.  Está muito pesada e deverá atrapalhar a motocagem no rípio, devido o centro de massa estar alto.  Em SSJujuy darei um jeito nisso.

obs: Minhas fotos estão com 3MB e não estou conseguindo baixá-las para o blog.  Eu as diminuirei e colarei mais à frente, ok?

Abraços!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

USHUAIA, AQUI VOU EU. - 1º DIA

Meus amigos,

Ontem, 04/01/2012, deveria ter tirado folga no trabalho, porém não me dei esse luxo e eliminei pendências profissionais. Somente à noite fui fazer umas comprinhas na Ultrafarma (primeiros socorros, entre outros). Depois precisei  embutir tudo isto dentro dos bauletos laterais e não foi fácil!

Fui dormir à 01h20! Como não poderia ser diferente, acordei cansado e devendo montar a bolsa traseira que me serviria de encosto. Resumindo, saí somente às 10h00 de casa.
Segui para a Castelo Branco, que está uma tetéia. Sabia que não daria para chegar em Foz do Iguaçú, mas quis chegar o mais próximo. Estou em Maringá - PR.

O trajeto foi uma delícia até que iniciou a formação de nuvens pesadas à frente. Engraçado, sempre se formam no alinhamento da rodovia!!!  Pouco antes de cruzar o limite entre SP e PR, parei para colocar capa de chuva e embrulhar minha bolsa em saco de lixo que havia trazido. Demorei mais de 30 minutos, com a pressa que Deus me deu...  Eram tantos relâmpagos e trovões que pensei em trocar a moto por jet ski, mas foi só pirotecnia do Criador. Encontrei a pista muito molhada no caminho, mas não peguei chuva nenhuma.

Até aqui, a moto está exemplar, fazendo a média de 19 km/litro. Eu sigo em velocidade cruzeiro entre 110 e 130km/h.

Estou no Hotel Thomasi (www.thomasi.com), em Maringá, onde cheguei por volta das 18h00.  Muito bom, com diária individual USD 64,00.  Como não havia almoçado, tomei um banhão e desci para o restaurante. Ótimos a comida e o atendimento.  Estou usando Internet wireless do hotel.

Amanhã cedo, seguirei para Foz onde comprarei reparo de pneu (macarrão) pois um relato de amigo desacreditou a vacina anti furo quando se pilota no rípio da Carretera Austral. Ainda bem que ele tinha o tal macarrão para tamponar os 2 ou 3 furos que enfrentou. Creio que dormirei em Foz, seguindo para Assunção no sábado, atravessando via balsa para Clorinda (Argentina) e, quem sabe, pernoitar a caminho na Ruta 81.

Fiquem com Deus!


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

PRÉVIAS PARA USHUAIA.4 - RA

Caros Amigos, boa noite!

Antevéspera da partida! Hoje foi um dia corrido, pois juntamente com o fechamento do mês 12/2011 e revisão do planejamento para 2012 da Segbras, precisei sair para algumas comprinhas retardadas. Meu sócio Waldomiro, motociclista e integrante do mesmo Monte Cristo MC, me acompanhou.

1. Boca das motos, na mesma Skyna X, Rua Gen. Osório, 564 - São Paulo - SP, novamente atendido pelo excelente Tiago (japonês), onde comprei: 1 par de botas Vilela, 1 capa comum P&B e 1 par de luvas impermeáveis (?). Em outra loja, comprei 2 tubos de vacina contra furos e na loja General Motos, comprei uma bolsa de tanque (pequena) com imãs.

2. No Carrefour, aproveitando uma promoção, comprei uma barraca de arme rápido por R$ 49,00 pois, em caso de necessidade, eu a armarei em lugar abrigado e passarei a noite.  Putz, nunca se sabe...

3. No Detran-SP retirei minha PID - Permissão Internacional para Dirigir, já que deverei circular pelo Paraguai, Argentina e Chile (Uruguai a decidir) e em algum desses países poderão me pedir.  Aproveitei e desenrolei a situação do CRLV de minha Honda XLX250R 1986 (inteira) que constava como licenciamento atrasado, sem estar, claro!

4. Recebi da Fontel Seguros a Carta Verde, conseguida pela querida amiga Cátia, sempre presente e atuante nos momentos mais críticos. Acredito que a opinião é geral de que ela é a verdadeira corretora de seguros, onde prima, ainda mais, no pós venda. Em suma, não é daquelas que vendem o seguro e desaparecem até a renovação, sacaram? Há muitas histórias de situações difíceis, com motocicletas no exterior, solucionadas por ela.  Muito grato, garotinha!

Bem, já instalei os bauletos laterais e retirei o top case, que não seguirá comigo. Tenho uma bolsa grande que ocupará o lugar do top case e servirá de encosto para minhas costas. Será a bagagem que retirarei da moto nos pernoites em hotéis (ou barraca) e onde colocarei os itens de uso constante (roupas, tênis, chinelos, artigos de higiene, netbook, etc).  Nos bauletos aqueles de menor constância, como: ferramentas, sobressalentes, roupas de frio, capa de chuva, polaina, primeiros socorros, etc.

Na bolsa de tanque colocarei documentação, cartões de banco, SPOT, mapa América do Sul, caderneta e caneta para anotações, manual da moto, etc.

Precisarei de um fone de ouvido bluetooth, que caiba na minha orelha, dentro do capacete, para ouvir as informações do GPS Garmin Zumo 660, caso contrário será mais enroscado operar com ele. Verei se consigo comprá-lo amanhã.

Por hoje é só.  Fiquem com Deus!

R. Mecca