Bloguistas queridos(as),
Havíamos comprado o pacote por US$ 156,00 por um dia, utilizando: busca no hotel, van até a estação de trem, distante 01h30, trem (padrão médio, pois há 2 outros padrões mais elevados) e van (microbus) até às ruínas. Existe um outro pacote, de 2 dias, com 1 hospedagem, condução, 1 alimentação, por US$ 135,00 e que não utiliza o trem e aquela estrutura de microbus. A chegada a Machu Picchu é mais demorada, seguindo por rodovia até onde o trem chega. Depois vem uma caminhada relativamente longa para se chegar às ruínas.
Acordei às 05h45, claro, frio e tomei o café que o hotel preparou para quem fosse lá. Em seguida chegou um táxi da agência que me apanhou e depois ao Atiê, levando-nos até o primeiro microbus. Havia muitos deles naquela praça, próxima ao mercado e dezenas de turistas aguardando a partida.
Estes microbuses saíram quase em fila indiana em direção ao Pueblo de Machu Picchu, sopé dos Andes, onde esperavam trens que partiram a cada 15 minutos, até esvaziarem a estação.
Segundo informes, a atual linha férrea foi construida no antigo Caminho Sagrado dos Incas, que segue o rio Urubamba por cerca de 40 km, selva a dentro.
As paisagens foram se modificando à medida que avançávamos para o lado da floresta ou selva como o chamam os nativos de Cuzco. Cada vez mais verde e mais bonita, com a pista corcoveando paralelamente ao rio de corredeira constante e os penhascos surgindo à direita e à esquerda, desta vez com vegetação muito verde, diferente daquelas dos desertos e altiplanos.
Uma fina garoa, névoa sobre os picos, aqueles vales profundos e o rio à nossa lateral propiciaram imagens que nos remeteram aos filmes Jurassic Park, onde os dinossauros e seus contemporâneos foram recriados pela genética. Simplesmente maravilhosas as imagens. Espero que minhas fotos tenham ficado boas, uma vez que meu visor está inoperante e não consegui comprar a filmadora digital.
Chegamos ao final da linha férrea e um novo microbus nos esperava. Salvo um pequeno contratempo com o guia que não nos esperava com o ticket de ingresso ao parque e do segundo microbus, contornado, gentilmente, por outra guia que o localizou, a organização foi legal e logo pegávamos o micro.
O microbus foi subindo, se distanciando do rio que ficava cada vez menor, bem como a linha do trem, os vagões que lá estavam e o ar ficando rarefeito, pelo menos para o Atiê. A paisagem continuava nos surpreendendo, cada vez mais linda, muito verde, verdadeira floresta. A estradinha, cavada na lateral dos penhascos, permite somente um micro por vez, logo um dá passagem ao outro.
A primeira visão de Machu Picchu é sensacional, pois ela está incrustada no topo, com um dos seus lados terminando num penhasco vertical de centenas de metros. Aquela imagem ficará gravada em minha mente por muito tempo, de tão espetacular que é.
Cerca de 1/2 hora de subida e chegamos à entrada do parque, onde os guias que atenderam lá em baixo passaram a tarefa para outros mais experientes nas ruínas.
Não perdi uma só palavra do nosso guia, que escreveu um livro versando sobre Machu Picchu. Sua narrativa, creio, um pouquinho mais fantasiosa do que deve ter sido realmente todo aquele passado e acontecimentos, foi fascinante, todo o tempo.
Cada ponto de parada contava com muita história sobre formas, conteúdos, significados para aquele povo: o portal de entrada, sua forma e a única porta que existia naquele local sagrado, onde viviam somente os sacerdotes, estudantes e peregrinos, tendo vivido ali cerca de 700 pessoas residentes e centenas de temporários peregrinos.
Mostrou-nos o recinto do guardião da cidade, ao alto, os armazéns, onde eram recolhidas as oferendas trazidas pelos peregrinos, o alojamento onde ficavam os mesmos, as casa dos residentes, os diversos templos, as escolas, o sistema aqueduto que vinha de muito longe e chegava à cidade, distribuindo a água através de canaletas para diversas direções. Enfim uma cidade muito bem planejada, urbanizada, construída por pedras cortada à base de ferramentas feitas em bronze e hematita, minério que origina o ferro.
Todas as ruínas de casas, templos, armazéns, alojamentos e escolas eram cobertos por uma espécie de sapé, que não podem ser recolocadas para não perderem a originalidade do campo arqueológico, patrimônio da humanidade, conforme a Unesco.
Subindo e descendo por escadarias centenárias, todas em pedra, passávamos vielas e mais vielas, onde pudemos ver, além da cidade urbana em si, os famosos degraus onde se cultivavam os diversos produtos agrícolas dos Incas, não incluindo o arroz. O guia, em sua narrativa, parecia encantado com a curiosidade e atenção que lhe dispensavam seus clientes. Ele se entusiasmava e descrevia tudo como se tivesse vivido naquele tempo, diferentemente dos nossos pequenos guias do NE, que dissertam as informações puramente decoradas e sem emoções, claro.
Chegamos ao topo da pirâmide que toda a cidade e seus degraus agrícolas formam. Lá está a pedra mais importante para os Incas. Uma rocha entalhada, mostrando o N geográfico e o N magnético de forma inconfundível e mensurados diversas vezes. Mostra os pontos geográficos e o equinócio, formado por cantos também entalhados de forma precisa, com ângulos comprovados.
Era, além de um ponto energético poderoso para os sacerdotes, um observatório astronômico. Ensinou-nos a forma de nos reenergizar, sem encostar as mãos naquela rocha (tem fiscais que apitam quando alguém faz algo não permitido). Logo após, começou a descer, sempre narrando a história daquele povo que abandonou aquela cidade sagrada, levando seus tesouros, seus símbolos e sua história, sem que fosse invadida pelos espanhóis que chegaram perto e não a encontraram.
Com o tempo, a floresta invadiu a cidade encobrindo-a, mantendo-a longe dos pesquisadores, curiosos e caçadores de tesouros por séculos, até 1911, quando foi redescoberta pelo americano Hiram Bingham. Bem, a história voces poderão assistir no History Chanell, encontrar no Wickipédia e no Google.
Ao término da caminhada e da agradável descrição histórica da cidade e do povo, seguimos para os microbuses, depois para o trem e, em seguida ao último microbus que nos levou de volta a Cuzco, a verdadeira capital Inca daquele tempo, tomada e alterada muito pelos espanhóis, que destruíram quase todos os símbolos daquele povo adorador do Pai Sol.
Chegamos com muita chuva e cada um de nós seguiu para seu hotel. Já arrumei minhas coisas para logo mais às 06h30 acordar, tomar meu café, acertar as contas e me encontrar com o Atiê na saída da cidade, cerca de 10 km daqui.
Acredito que sairemos sob chuva e frio, mas faz parte da motocada, né mesmo?
Entonces, aqui chegamos como planejado e deixaremos essa agradável cidade de Cuzco, de muitos restaurantes, casas de câmbio, igrejas centenárias, inúmeros táxis e onde se compra muita quinquilharia com os símbolos de então. Creio que a missão foi cumprida e nos resta retornar a Sampa, via Bolívia, sob a qual nada sabemos, pois nem mapa de lá conseguimos na Internet.
Por hoje é só e fiquem com Deus!
3 comentários:
Puxa Mecca, que relato incrível!
Ficamos curiosíssimos aqui pra saber o restante da história que o guia contou a vc... e pra saber a forma de energização...
Imaginamos e comentamos....qta magia nesse local!
Já falamos aqui, ih...no seu retorno alguns horas da manhã, terão que ser dedicadas além das orientações diárias a comentário dessa viagem...he he he ...
Receba o abraço de seus colaboradores....
Iracema, César e Dyéferson.
Viajei contigo, grande Mecca !
Parabéns pela conquista, e boa NOVA IDA, porque a volta por outro caminho é sempre outra ida !
Parabéns de novo !
Pilão
SombreroS - SP
Salve Mano Mecca!
Grande aventura!
Sucesso!
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