domingo, 24 de fevereiro de 2013

RUMO A USHUAIA 2013 - 15º DIA - USHUAIA - AINDA

RUMO A USHUAIA - 2013 – 15º DIA – 24-02-2013 - USHUAIA - AINDA

Domingo, sol abundante e friozinho gostoso nos acordaram para a programação.

Tomamos o café da manhã, peguei minha moto com o Marcos na garupa e o levei à oficina. Ninguém nos atendeu e a porta da oficina estava fechada. Pelo vidro o Marcos viu que sua moto ainda estava desmontada no cabeçote e ficou muito preocupado.

Batemos à porta ao lado, onde reside o Jorge Duarte e família, sendo atendidos pela filha dele que disse ao Marcos que voltasse por volta das 16h00 quando o pai estivesse lá.  Imaginei que o mecânico tenha trabalhado até tarde e estava dormindo.

Sem saber o que fazer, muito contrariado e desnorteado, o Marcos decidiu conversar com meu amigo Miguel Liendo, de Jujuy – RA, através do Skype, ao qual reportou todas as dificuldades. Com a serenidade de sempre, o Miguel deu-lhe algumas dicas de verificação com o mecânico a serem feitas quando ele nos atendesse. Assim, passamos toda a manhã e parte da tarde conversando com o Miguel sobre a problemática, buscando as solucionáticas...

Perto das 15h00, fomos à oficina e encontramos o Jorge Duarte que nos atendeu, dizendo haver trabalhado até as 02h00 e que dormiu a manhã toda, por isto não nos atendeu.

Suas palavras iniciais foram de total desânimo. Além de não ter conseguido seu intento, desbastando as válvulas para ajustar as folgas, a moto não arrancava mais.  Disse não ter mais o que fazer, mas que o Marcos comprasse peças novas para que ele remontasse a moto, saindo daqui rodando.

Busquei meu netbook no hotel e coloquei o mecânico para conversar com o Miguel. O Miguel falou diretamente com o Jorge Duarte, perguntando-lhe o que havia sido encontrado por este último, o que fizera até então e os resultados que encontrou.

O Miguel, posteriormente, relacionou as peças com “part number”, preços e prazo de entrega, porém desaconselhou que o serviço fosse feito pelo Jorge Duarte, diante de sua infra estrutura modesta. Aconselhou o envio da moto para Neuquén, onde poderia busca-la com sua camionete e carreta de moto, levando-a a Jujuy onde a repararia nas próximas semanas.

O Marcos afirmou ter a garantia vigente por mais 10 meses com a BMW e o BMW Service poderia buscar sua moto, levando-a  e a ele a São Paulo.  A dúvida surgiu quando se empregou mão de obra técnica não autorizada, que poderia trazer-lhe dificuldades legais com a BMW, que poderia alegar perda de garantia por isto.

Putz, como alegar perda de garantia se a tentativa de reparo foi em função de problema técnico que não deveria ocorrer com a moto e que estava, certamente, coberto pela garantia.  Como alegar que a mão de obra deveria ser qualificada e autorizada se a próxima concessionária dista, no mínimo, 1.000km daqui?  Qualquer um se valeria do mesmo expediente para sair e continuar sua viagem depois de quase 6.000km rodados de São Paulo até Ushuaia.

Todas as revisões foram feitas dentro do programa elaborado pela BMW e a falha só poderia ser responsabilidade da BMW, seja por defeito em alguma peça ou de mão de obra!

Dúvida cruel e que deixou o Marcos muito confuso quanto a decidir o que fazer.  Tenho lhe dado o melhor apoio possível, inclusive ficando com ele, levando-o onde necessita, emprestando-lhe minha moto etc.  Só não posso tomar decisões que deverão ser tomadas por ele, uma vez que os custos, prazos e as implicações decorrentes serão responsabilidades dele.

Estou com ele, inclusive deixando de fazer meus passeios, não o abandonando em Ushuaia para continuar minha viagem, até que ele já tenha se decidido por algo.

Há pouco, ele retornou de uma ida ao centro para localizar um hotel mais barato que este e, aproveitando, conversou com um piloto que tem moto Kawasaki. Este lhe disse que o mecânico Jorge Duarte não tem qualidade técnica para trabalhar em motos como a dele e do Marcos. Garantiu que amanhã cedo levará o Marcos até o dono de uma transportadora daqui para ver quanto custará o envio da moto até BAires ou Jujuy ou mesmo Neuquén.  Aparentemente, a única solução será despachar a moto, tirando-a daqui, onde não há qualquer recurso técnico e pessoal para o reparo.

Mesmo desesperançado e muito chateado com a interrupção de sua viagem, o Marcos gostou do papo e está no Skype conversando com o Miguel sobre suas ideias.

Espero que ele chegue a uma conclusão e que seja a melhor possível para que não gaste muita grana, nem leve muito tempo, pois seu único transporte é sua moto!

Com tal decisão, eu poderei fazer meus passeios e me mandar rumo a Punta Arenas-Puerto Natales-Torres del Paine (Chile) e retornar à Ruta 40, seguindo rumo ao norte e suas paisagens magníficas. 
 
Pena que estarei em viagem solo, de novo e com o Marcos retornando a Sampa sem concluir seu projeto tão esperado.  Coisas da vida.

Por hoje é só!  Fiquem com Deus!

 

 

 

 

 

 

RUMO A USHUAIA 2013 - 14º DIA - USHUAIA - AINDA

RUMO A USHUAIA - 2013 – 14º DIA – 23/02/2013 - USHUAIA - AINDA
 
Levantamos às 09h00, a tempo do café da manhã.
 
Embora não seja do tipo brasileiro (colonial), não é daqueles com 2 facturas (croissants) e uma chícara de café com leite. Comemos muito, pois não havíamos almoçado, nem jantado no dia anterior. Haviamos comido 1 chivito chileno na 2ª Aduana, ao final do rípio.
 


 

Antes de fazermos nossos passeios, ainda não programados, decidimos ir ao centro da cidade fazer fotos. Deixaríamos a moto do Marcos numa oficina que lhe foi recomendada para troca do óleo, corrente, coroa e pinhão.  Lá chegando, informou o mecânico Jorge Duarte que o escape havia ficado vermelho durante a travessia da serra, 58 kms antes dia cidade.
 
O mecânico decidiu começar por aí a vistoria da moto. O Marcos deu-lhe algumas dicas para soltar carenagem etc. Olhado o nível de óleo (normal) e da água (normal). O mecânico entendeu que poderiam ser as válvulas com folgas inadequadas e pediu autorização ao Marcos para verificar.  Bem, são decisões que se toma para evitar a interrupção de viagens e podem ser acertadas ou não.

Como demoraria, decidi ir ao centro de informações para saber dos programas de passeios, enquanto o Marcos e o mecânico ficaram na oficina.

Ao retornar, percebi que o mecânico havia dito que as folgas estavam fora da especificação e desiguais.  Pediu autorização do Marcos para ajustá-las, garantindo que dentro do mesmo dia devolveria a moto funcionando.

Aproveitamos para ir ao centro e fazer as fotos que queríamos.  Uma recomendação do dono de uma das galerias daqui foi que fôssemos ao EL TURCO, esquina da San Martin com Patagônia.  Valeu a pena esperar até 20h00, pois a comida foi estupenda e preço razoável e não os absurdos que vimos em outros.
 
As fotos feitas no Portal de Ushuaia, localizado na área das agências de turismo, bem como dos 2 pratos "devorados", não recebi do MF, mas ele já as postou no Facebook e, tão logo as retire de lá, as colarei aqui.

Saímos do El Turco às 22h00 e passamos na oficina. O mecânico Jorge Duarte ainda trabalhava na moto e nos recebeu com cara de desesperança, mas disse que continuaria até mais tarde.  Voltaríamos na manhã seguinte para buscar a moto.  Afinal, minha R1150GS também precisava trocar o óleo.

Chegamos ao Hotel Green House com bastante frio, mas no interior a calefação estava 100%.  Tomamos aquele banho quente, demos um jeito no quarto, lavamos nossas roupas e caímos no sono, esquecendo de pedir que nos acordassem para o café.

O dia seguinte, 24-02-2013, domingo, deveria ser bem cheio, com visita à oficina para pegar a moto e irmos à cidade para os passeios que faríamos: Passeio com o trem e ingresso ao Parque Nacional. Eventual passeio de catamarã ou veleiro seria decidido na 2ª feira.

Por hoje é só!  Fiquem com Deus!

RUMO A USHUAIA 2013 - 13º DIA - USHUAIA

RUMO A USHUAIA - 2013 – 13º DIA – 22-02-2013 - USHUAIA

Chegada a Ushuaia!!!

Novamente, devido problemas de logística, saímos  tarde de Rio Gallegos. Meus pesos argentinos haviam acabado e precisava trocar US$ para continuar a viagem na Argentina e garantir uns P$ Chilenos para a travessia chilena adiante, com 1 único posto de combustível naquela região.  Por outro lado, o Marcos precisava encontrar um banco que lhe fornecesse moeda local via cartão internacional Itaú.  Encontrou um Banco Galícia e o fez, depois fomos à casa de câmbio.

Eu pensei ter feito bom negócio trocando em BAires 1US$ por P$ 6,00, porém a casa de câmbio de Rio Gallegos o fez por P$ 6,80.  Assim, antes não foi um bom negócio e, se procurar, pelo câmbio paralelo, conseguirei melhor troca. Claro, não gastarei meu tempo para isto.

A saída de Rio Gallegos foi após as 13h00, com quase 600km a rodar, segundo o GPS. Sentamos a púa!  Ao completarmos os tanques no último posto, encontramos 2 motociclistas (Bodes do Asfalto - RS) e suas esposas que retornavam de Ushuaia e parte do Chile (Punta Arenas, Puerto Natales, Torres del Paine e Glaciar Perito Moreno).  Disseram-nos que a travessia era rápida, sem problemas com as fronteiras, a não ser o tempo para carimbos de passaportes e preenchimento de papéis. Atentaram para o rípio ( 130km), com muitos caminhões, carros, poeira e piso ruim. 

Varamos o trecho asfáltico até o Paso de Integração entre Argentina e Chile, com polícia, aduana e sanitária juntos num mesmo local, tanto na ida quanto na volta. Levamos cerca de 45 minutos nisso e seguimos adiante.  Alguns kms à frente, encontramos o Canal de Beagle, uma fila enorme de caminhões e carros. Cerca de 40 minutos após, estávamos entrando na enorme balsa, pertinho de carros e ladeados por caminhões.  A travessia demorou uns 45 minutos e foi o tempo de conhecermos um argentino super gente fina. Seu nome: Ignácio Denis, de Rio Grande – RA.

Conversamos durante toda a travessia, tirou foto com minha moto dizendo ser seu sonho pilotar uma daquelas, mas que só andava em motos chicas e outros papos da moda de moto. Disse-nos que o seguíssemos depois da travessia pois nos mostraria um caminho que cortaria 30km entre a saída da balsa e o início do  rípio. 

Bem, nós o seguimos e, logo adiante, uma pista de rípio por onde ele entrou. Nós o seguimos e saímos lá adiante. Foi o primeiro teste neste piso desta viagem. Foi a primeira experiência do Marcos e ele poderá contar aos netos como foi.

Eu seguia à frente do carro do Ignácio e o Marcos ficou um pouco para trás.  Eu não o via, mas acreditava que estivesse logo atrás do carro. Quando chegamos ao cabo dos cerca de 10km de desvio, esperamos o Marcos que demorou para chegar. 

Estava para retornar, quando ele chegou, nos dizendo que entrara no rípio sem baixar a calibragem dos pneus e sem desativar seu ABS.  Sambou logo em seguida, descendo com a moto na valeta lateral da pista e não conseguia sair de lá.  Continuou andando com a moto na valeta até que encontrou um ponto para sair dela. 

Depois da saída, parou a moto, desativou o ABS e murchou um pouco os pneus.  Quando ele me falou isto é que me lembrei que não havia feito também, daí minha moto sambar muito e bater seco no rípio. Não consegui desativar meu ABS de prima e não murchei os pneus. Segui assim mesmo. 

Dali em diante, seguimos o Ignácio até o rípio principal, quando ele nos deixou passar e nos seguiu para qualquer eventualidade. Até chegarmos à 2ª aduana chilena-argentina estávamos bem, ainda que empoeirados até nas orelhas, com os pulsos doendo pela pressão nas manoplas e tensão para seguir nas trilhas de caminhões, evitando o rípio solto.  Faltavam uns 10 kms para chegarmos ao fim do rípio.

Alguns kms antes do posto aduaneiro, o rípio ficou fofo e a moto sambou mais que o esperado, sendo que numa delas, quase caí. Com a mão do Criador dos Mundos e o conselho do El Cura (se vai frear, acelere!), minha moto conseguiu entrar em prumo e saí dessa quase queda.

O rípio fica acumulado entre as trilhas de rodas de carros e caminhões, bem como nas laterais das curvas, tornando-se muito perigoso. A saída de uma trilha nesses pontos é muito difícil pelo desequilíbrio e, caso haja algum veículo vindo em sentido contrário, a coisa complica! 

Qualquer curva deve ser vista como perigo potencial, logo entrar nela em sua mão, com cautela e menor velocidade. Lembrem-se que os motoristas de caminhões e automóveis, principalmente de peruas, são pouco complacentes com aquele ser desequilibrado que vem titubeando em sua moto pelas trilhas de outras rodas.  Cruzam com vc na maior velocidade, sem se preocuparem com a poeira que lhe tirará totalmente a visão e acumulará areia em suas roupas e capacete.  Chegam a ser insensíveis mesmo!

Confesso que cheguei cansado, com dores nos pulsos e nas mãos e faltavam ainda 10 kms para a chegada a San Sebastian. 

As agruras não terminaram com as sambadas no rípio nem com a poeira que nos deixou imundos! 

Estávamos longe de Ushuaia, devíamos chegar lá em 22/02/2013 e até reserva tínhamos no Ushuaia Green House, para nós um 5 estrelas, considerando a qualidade de alguns pernoites anteriores.

Abastecemos na ruta em San Sebastian, com 60.244km, 16,15 litros. Todo o próximo trajeto foi feito normalmente, porém precisei parar para me agasalhar melhor, pois estava congelando no peito. Já estava com 2ª pele inverno,  uma camiseta, a jaqueta com seus forros de inverno e chuva, com frio! 

Coloquei a jaqueta da capa de chuva dentro da jaqueta, cobrindo meu peito e me mandei.  A noite já havia caído e, contrariando tudo que oriento e sigo em motociclismo estradeiro, continuei pilotando a moto para chegar a Ushuaia.

Por dica do amigo Ignácio, chegando a Rio Grande, seguimos a rota de carga pesada, desviando da cidade e economizamos cerca de meia hora.

Em Toluin, abasteci aos 60.435km, com 11,76 litros. Conversando em português com o frentista, nascido na fronteira com o Brasil e dominando a língua portuguesa, ele nos orientou a cuidar no topo da serra, onde chovia sempre à noite e poderia nevar, como havia ocorrido na semana anterior.  A formação de gelo também não poderia ser descartada, disse.

Saímos dali com mais uma preocupação além da escuridão, do frio e do cansaço. Risco de chuva, neve e formação de gelo!  Putz, nada que nos entusiasmasse!

Realmente, depois de alguns kms, a garoa chegou forte, dificultando a visibilidade pelos capacetes e a velocidade diminuiu.  O frio era intenso, a chuva molhava mesmo e a visibilidade estava muito ruim. 

De repente, o Marcos parou sua moto frente a uma casa muito isolada, com iluminação externa.  Parei ao seu lado e ele me disse que sua moto estava com problema de superaquecimento. O escape estava ficando muito vermelho e ele se preocupou com o motor.

De dentro daquela casa, logo saíram 2 homens e vimos que eram policiais, sendo aquela uma unidade estradeira (policia caminera) Unidade Lago Escondido.  Tentaram ajudar a encontrar uma solução e como não havia, a não ser esperar o resfriamento da moto, convidaram-nos a entrar onde havia aquecimento.  Foi um achado!  Além do bom papo, pudemos secar um pouco nossas roupas e principalmente solucionar a visibilidade pelas viseiras dos capacetes.

Cerca de 1 hora depois, saímos em direção a Ushuaia.  Faltavam 58km, segundo os policiais, aos quais informamos e-mails e facebook para nos enviarem as fotos que nos mostraram no computador, onde aquela região fica totalmente tomada pela neve de meio de ano.

Sei que passamos por muitas curvas subindo e outras tantas descendo porém não conseguia distinguir nenhuma paisagem devido a concentração na estrada. Sei que havia muitas árvores, mas sem poder descrevê-las.

Repentinamente, ao fim de uma curva, nos deparamos com a entrada oficial de Ushuaia nos dando boas vindas! 

O Marcos parou sua moto e desabou, gritando muito, chorando de alegria, fazendo vídeo agradecendo a todos que o ajudaram na empreitada. 

Enfim, ficamos ali, naquela escuridão, curtindo a chegada mais estranha de um motociclista a Ushuaia, passada a meia noite!  Até o guarda, que nos parou em seguida para verificação de documentos, comentou sobre o horário de chegada, da temperatura àquela hora e os riscos que apresentavam a chuva e o frio.

Liberados, seguimos para o hotel já configurado no GPS.

Fomos recebidos pela Sra. Milta, muito gentil, que logo nos encaminhou ao nosso apto, digno de 2 malucos que se aventuraram a chegar àquela hora! Eram, exatamente, 02h00 da manhã de 23/02/2013 - sábado!

Um banho bem quente foi o suficiente para nos jogar na cama e nos apagar, literalmente. 

Uma etapa importante havia sido concluída e merecíamos o descanso dos titans!

Por hoje é só.  Fiquem com Deus!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RUMO A USHUAIA 2013 - 12º DIA - RIO GALLEGOS


RUMO A USHUAIA - 2013 – 12º DIA – 21-02-2013 - RIO GALLEGOS

Na noite anterior, havíamos rodado 916km, desde Puerto Madryn e chegado a Puerto San Julian, onde nos hospedamos no Hotel Argentino.

Logo pela manhã, por volta das 09h00 fomos visitados pelo El Cura, amigo de Miguel Liendo e que vive em Puerto San julian.  Endurista muito conhecido, sabedor das dificuldades de pilotagem por estas bandas, deu-nos algumas dicas interessantes e nos ajudou a decidir seguir a Ushuaia via Rio Grande, sem ir antes a Punta Arenas como havíamos sido orientados por outro amigo do Miguel.

Mais uma vez, deixamos a cidade muito tarde, 13h20, complicando muito a chegada às outras cidades!

Havíamos rodado 59.540km quando abastecemos antes de partir de Puerto San Julian, acompanhados pelo Jeff, o americano aventureiro que conhecemos na noite anterior.

Reabastecemos em Piedra Buena, aos 59.667km com 7,342 litros, a P$ 4,79 por litro.

Rodados cerca de 392km chegamos a Rio Gallegos. A primeira ação foi localizar um Centro de Informações Turísticas para hotel que fosse bom e barato. A política do Jeff é que não se pode gastar muito com pernoites e qualquer lugar que tenha chuveiro, banheiro e uma cama lhe serve.  Tanto foi que procuramos por mais de 2 horas algum lugar que atendesse seus preceitos e não encontramos.

Já cansados e de saco cheio, chegamos ao Punta Arenas Hotel onde ficamos eu e o Marcos. O hotel é bom, não é caro, mas o pessoal não é chegado ao social, sendo pouco gentis.

Havíamos rodado somente 392km, com 59.927km total no odômetro.

No dia seguinte, 22-02-2013, saíremos cedo para cruzar o Estreito de Magalhães, pegar o rípio do Chile e chegar a Ushuaia.  Para isto, teremos 2 aduanas argentinas e chilenas, podendo demorar mais do que gostaríamos.

Ainda nesta noite de chegada a Rio Gallegos, durante um bom jantar, a garçonete quis cobrar uma cerveja litro por P$ 45,00. O preço no supermercado está em torno de P$ 11,00 e o pessoal quer faturar 300% em cima de turistas!!!!.

Por hoje é só!  Fiquem com Deus!  

 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

RUMO A USHUAIA 2013 - 11º DIA - PUERTO SAN JULIAN

RUMO A USHUAIA 2013 – 11º DIA – 20-02-2013 - PUERTO SAN JULIAN

Em 19-02-2013, depois de sermos ajudados a encontrar um bom hotel, “tipo flat”, o Complejo Turistico Los Sauces, em Puerto Madryn (acento no a), com direito a cozinha e utensílios, piscina, web wi fi etc, rodamos aquela cidade quase toda e visitamos a Península Valdés, digna de nota. O contato com o motociclista e advogado Daniel e sua esposa nos ajudou muito a desenvolvermos nossos planos de para onde ir e como seguir as rotas.

Dia seguinte, 20-02-2013, pela manhã, partimos em direção a Trelew (cerca de 60km), passando por Uzcurdun às 12h25, com 58.835km, onde abastecemos com 8,17 litros, ao maior preço já pago até aqui = P$ 6,47 o litro!!

Como manda a esperteza, continuamos enchendo o tanque sempre que passávamos por um posto e, assim, reabastecemos em Comodoro Rivadávia, onde a Argentina tem uma de suas maiores bases navais, cidade grande e movimentada, com 59.074km, em Caleta Olívia, com 59.164 km, Fitz Roy com 59.246km, Três Cerros com 38.385km e , finalmente, em Puerto San Julian, com 59.535km, às 21h00, noite já escura e muito fria!

Diga-se, de passagem, que o trecho entre Comodoro Rivadávia e Caleta Olívia foi o pior desta longa Ruta Nacional 03, com muitas obras de recapeamento, poeira, desvios e riscos de derrapagem. Pilotamos, com calma e segurança, sem nos apressar.

Passamos por várias praias, muitas com milhares de aves, famílias pescando ou, simplesmente, curtindo a natureza em suas cadeiras e o sempre presente “mate”, do entardecer.

Registramos que todos os motoristas de caminhões, principalmente, são sempre muito gentis quando necessárias as ultrapassagens, nem sempre pelas faixas pontilhadas.

Passei um dos maiores frios da minha vida, pois saímos de Puerto Madryn com sol e quase calor. Com uma camiseta soft, a jaqueta e calça do conjunto sem forro e a jaqueta da capa de chuva, encarei tudo aquilo e quase congelei na estrada. Liguei o aquecimento das manoplas para aquecer as mãos sob luvas de couro, mas as pernas tremiam sem controle. Quase parei para me embrulhar um pouco mais, porém o decréscimo dos kms no GPS me orientou a continuar.

Sempre leio as informações de outros motociclistas antes de empreender uma viagem, mas muitos exageram em suas exposições, como para se promoverem perante seus seguidores ou leitores amigos. Estes ventos patagônicos divergem e muito nas informações e somente posso creditar à sorte ou não de muitos pilotos ao cruzarem a Patagônia.

Para mim, percebi os ventos (frontais, laterais) logo após Azul, mas não me incomodei, todavia foram crescendo à medida que descíamos em direção a Ushuaia.
 
No trecho após Comodoro Rivadávia até Puerto Julian, os ventos foram crescentes e contínuos, juntando-se ao frio. Há que se ter muita cautela para não enrijecer as mãos, inclinar um pouco a moto, cuidar as ultrapassagens de caminhões pela turbulência inicial, vácuo lateral e “trombada” com o ar ao completar a ultrapassagem.
 
Por outro lado, quando o vento vem de frente, ao cruzar com caminhões, o “paredão de vento” que se forma chega a balançar muito as motos, notadamente as menores, como a do Marcos.  Com cuidado, nada disso assusta, mas vale a pena relatar que os ventos e o frio existem e crescem à medida que se aproxima do sul.

Com a noite chegando e o cansaço aumentando, no último trecho, o Marcos decidiu imprimir maior velocidade, chegando a 140km-h, durante um bom tempo, tendo sua moto caído dos 25 km-l para 19 km-l, o que o preocupa sempre.
 
Novamente, por termos saído tarde, chegamos ao posto de combustível de San Julian às 21h00, onde o frentista nos indicou um alojamento, refugado por mim, e um “pequeno hotel”, o Hotel Argentino, com quarto duplo, banheiro e cozinha coletivos, sem café da manhã, mas muita gentileza, como sempre recebo aqui na Argentina.  O preço?  Pagamos cerca de R$ 35,00 por pessoas!!!!  Querer o que por este preço, não é mesmo? 

Aquela noite não conseguimos tomar banho por falta de água quente e precisava ser macho e maluco para entrar sob água fria, melhor quase congelada!!

Decidimos comer algo mais substancioso e, como não tínhamos nada para cozinhar ou esquentar, pedimos um delivery: milanesa con papas fritas y ensalada. Ao preço de P$ 118,00 (R$ 40,00), comemos um bife à milanesa, cortado com máquina de frios (rsrs), salada verde com tomate e batatas fritas. Também pelo preço, fome e indisposição para sair de moto, ficamos satisfeitos com aquela comida regada a coca cola, perto das 23h00!

Ressaltamos que, ao chegar no Hotel Argentino, observei uma moto Kawasaki, 650CC, estacionada no quintal. Estava com muitos utensílios presos a ela, como se fosse de um “viajero”, faltando somente o top case ou bolsa.

Lá dentro conhecemos o dono da dita cuja, uma americano viajante, daquele tipo “faz tudo, recebe e se manda para a próxima cidade”.
 
Grandão, claro, castanho, muito calmo e simpático. Este é o Jeff, com quem o Marcos saiu de seu aprendizado espanhol e partiu para a prática do inglês. 
 
Enquanto conversavam, continuei comendo e, após, fui dormir, antes enviando mensagem à família e um outro pedido à Iracema para reabilitar meu cartão de crédito (internacional) e botar uma graninha no Traveller Card do AMEX, cartão de débito para viajantes. 
 
Ressalto que meu amigo de sempre, Miguel Angel Liendo, de S. S. Jujuy, fez contatos com seu amigo "El Cura", desta cidade, para que  conversássemos sobre a ida a Ushuaia, se via Rio Grande ou se via Punta Arenas, devido ocorrência de neve em Ushuaia. Falaremos sobre seus conselhos na próxima página. 
 
Dormi muito bem, sem me preocupar qual era o preço e a qualidade daquele pequeno hotel.

Por hoje é só!  Fiquem com Deus!

 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

RUMO A USHUAIA 2013 - 10º DIA - PUERTO MADRYN


RUMO A USHUAIA 2013 – 10º DIA – 19-02-2013 - PUERTO MADRYN

Como combinado, às 07h30 o microbus nos pegou na porta e saímos pela via crusis de pegar todos os 15 turistas nos vários hotéis da cidade. Por um lado foi bom porque conhecemos um pouco mais desta bonita cidade.

A guia Lucia, muito amigável, falante em espanhol e inglês, tornou essa visitação muito tranquila e proveitosa. A Península Valdés é o nome da imensa reserva biológica existente nesta cidade, com proteção e classificação pela UNESCO como reserva mundial. Seria uma enorme ilha, não fosse ligada ao continente por um istmo, que junto a ela forma 2 grandes golfos: Golfo San José e o principal Golfo Nuevo que fica defronte a cidade de Madryn.
















 

A reserva biológica é composta por trechos de estrada asfaltada e por rípio mais puro! Ao todo o passeio e visitações somam quase 400km por asfalto e rípio, onde até os carros sofrem com derivações de direção. Com 4 rodas é mais fácil manobrar e sustentar o equilíbrio.  Não se viu nenhuma moto naqueles trechos, embora haja quem já tenha feito estas incursões, com demora e custos quase compatíveis.

Nossa primeira parada foi em Punta Norte onde deveriam haver baleias (fora de época) e leões marinhos, que foram vistos às dezenas e à distância.  Inúmeros filhotes acompanhavam suas mães, acossados pelas gaivotas, sem que eu saiba por que...  Muitas fotos, banheiro e papo furado lá vamos nós para a Península Valdés, propriamente dita.  Pinguins e mais pinguins...  Pequenos e tranquilos, também afastados de nós por uma cerca de arame, saíam de suas tocas escavadas nos barrancos entre o mar e nós.  Interessante é a forma como conseguem subir e descer tais barrancos arenosos sem escorregar e rolar.  Outras fotos mostrarão o que digito.

Depois de uns 40 minutos, lá vamos nós para outra parada, com muitos kms de rípio, poeira e calor pois o ar condicionado do microbus estava muito fraco.

Chegamos em Puerto Piramides, onde foi localizado pelos descobridores espanhóis Valdés e outros o único povoado daquela região quase inóspita.  Lá permanecemos mais de 2 horas para almoço e caminhada, sem que houvesse animais típicos a visitar.

Naquela praia conhecemos o Angel Mendez, que também gosta de viagens com moto, tendo uma Transalp 700. Dono do Restaurante Quimey Quipán, onde almoçamos, bom papo, disse que estará à disposição daqueles que precisarem de algum tipo de ajuda por aquela região. Nosso prato constou de lula à milanesa com batatas fritas ou salada verde. Com um refrigerante, custou-nos cerca de R$ 50,00.  quimeypp@speedy.com.ar - 540280 154640171

Por volta das 17h00 retornamos à cidade, rodando cerca de 80 km, entre rípio e asfalto.  Cansados e satisfeitos pela parada de mais 1 dia por aqui, chegamos ao hotel, pegamos as motos, compramos uma caixa de bombons para a Fabiana, em agradecimento, que está sendo entregue pelo Marcos, em encontro agendado há pouco.

Agora estou digitando este blog, depois um bom banho e dormir cedo, pois amanhã nos esperam cerca de 800km, até Puerto San Julián, onde dormiremos.

Por enquanto, é só!  Fiquem com Deus!

 

RUMO A USHUAIA 2013 - 7, 8 E 9º DIA - AZUL ... P. MADRYN

RUMO A USHUAIA 2013 – 7º DIA - AZUL

Havíamos marcado que sairíamos de BAires ao meio dia de domingo, porém quando o Marcos chegou passava das 14h00.

 Enchemos os tanques com 57.167km, às 14h54 e pegamos a estrada. Com os GPS apontando fora de BAires ficou tudo mais fácil.

Por volta das 18h14, chegamos a AZUL, na Av. Mitre, 983, com 57.472km, no Hotel Blue, recomendado a motociclistas que queiram economizar, mas não para casais que gostem de um pouco mais de conforto.  Também pudera, a diária custou cerca de R$ 40,00!

 A cidade é muito organizada, com ruas em grandes quadrados, demonstrando planejamento, com grandes avenidas e calçadas. Muitas árvores e um povo educado. Muito legal!

 Depois do banho, saímos para almoçar e jantar. Por recomendação do gerente do hotel, fomos a um restaurante bar, muito bem montado, na praça da prefeitura e da catedral local, chamado Dos Amores. Claro, com um nome desse chegamos meio invocados, mas logo vimos que era show de bola.   Bebemos 2 garrafas de 1 litro: Iguana e Quilmes Bock, além de uma excelente comida que nos custou cerca de R$ 60,00 para cada um.

 Voltamos ao hotel e dormimos a solto, de novo, cada um no seu quarto, claro!!!!!

 

RUMO A USHUAIA 2013 – 8º DIA – 17-02-2013 - SAN ANTONIO OESTE

Deixamos a cidade de AZUL em direção a San Antonio Oeste, chegando lá às 19h17, via Ruta Nacional 03, que faz um arco entre ela e Bahia Blanca, enquanto pela Ruta 51 faria uma corda. Mesmo mais curta 40km, a pista da Ruta 03 está melhor e a percorremos numa boa!

 Cabe um comentário sobre a Ruta 03:  Embora tenha muitos caminhões e automóveis, está muito bem conservada e se pode acelerar o quanto quiser. Devido problema de consumo da moto G650GS do Marcos que salta de 25 km-litro para 19 km-litro quando passa de 110 ou 120km-hora para 140 km-hora, não temos acelerado o que gostaríamos. Assim os percursos são feitos com maior lentidão, o que é uma pena!

As margens dela são de uma mesmice extrema, como se fosse um filme que não muda de cena... he he... Chega a ser muito cansativa e o risco de se dormir ou sair do ar aumenta muito.

Passando por Bahia Blanca, decidimos sair da Ruta 03 e seguirmos pelas Rutas 22 e 251, desviando-nos de Viedma, passando por Rio Colorado e General Conesa, que pareceu-nos de menor tráfego e com paisagem diferente.

 Até aqui não temos tido problemas com combustível, embora algumas pequenas filas, com policiais e eventuais mordidas, nem mesmo com panes mecânicas das motos. Ambas rodam como deve ser uma BMW!

Não tínhamos idéia de ficar em San Antonio Oeste, porém, pelo horário de saída pela manhã, decidimos esticar um pouco mais, tendo rodado 830km nesse dia.

Em San Antonio Oeste chegamos a 3.574km desde a saída de Sampa.

A cidade também é pequena e legal, como quase todas, projetadas ruas e calçadas. Como havíamos motocado mais de 800km, decidimos jantar por perto e descansar. Há perto do Hotel do Golfo, onde ficamos (nota 5 – R$ 70,00 diária – single) um restaurante chinês, isto é, de um casal chinês, que lotou no domingo com famílias inteiras para jantar (comida à vontade + sobremesa à vontade = R$ 24,00-pessoa). Foi uma doideira, comida muito boa e sobremesa farta! Fomos dormir empanturrados!

 

RUMO A USHUAIA 2013 – 9º DIA - 18-02-2013 - PUERTO MADRYN

Rodados 3.574km em 8 dias, significa uma média de 446 km-dia, o que é muito pouco pelo período que o Marcos tem (35 dias) para rodar os estimados 15.000km. Conversamos e ele decidiu reanalisar seu projeto para que não percamos tempo e consigamos concluir.

Pela manhã, depois de um descanso legal, limpamos um pouco as motos e nos preparamos para sair. Tivemos o primeiro problema técnico: A moto do Marcos não pegou, como se estivesse afogada (moto é injetada!). Muitas tentativas sem sucesso.  Um argentino, com sua picape à frente do Hotel sugeriu que o Marcos fizesse uma chupeta.  Depois de esclarecida a confusão, (KKKKKKKKKKKKKKKKK... sacanagem!) foi feita a chupeta e a moto pegou!  Depois não falhou mais.

Saímos do Hotel do Golfo às 11h04, abastecemos em Sierra Grande, depois de 127km e seguimos rumo a Puerto Madryn.

Chegamos aqui às 15h51, com 56.604km rodados. Um telefonema do Marcos para Fabiana, amiga de sua prima de BAires, que trabalha com turismo em Puerto Madryn, bastou para que fosse nos encontrar na principal avenida daqui e nos levar para um ótimo hotel: Los Sauces, onde estamos hospedados.  É um tipo de flat, com mini cozinha e utensílios, bem em frente à piscina lotada de casais e crianças.


 
A Fabiana, muito gentil, explicou os pontos turísticos existentes e o Marcos se interessou, perguntando-me o que achava.  Decidimos encompridar por um dia a estada por aqui, para pegar um micro e conhecer os lugares que ela recomendou.  Pelo mapa pareceram-nos fantásticos.  Depois colocarei as fotos anteriores e as que faremos amanhã.

Lamentavelmente, minha câmera Fuji (excelente) deu pane no zoom e ronca ao ser ligada. Ferrou comigo!  Precisarei comprar algo no caminho, pois uma viagem destas não dá para ficar sem fotos e filmagens. Eu tenho comigo uma Go Pro Hero (1ª geração) emprestada pelo meu amigo Ruysão, porém o manual tem letras muito pequenas e não consigo aprender a pilotá-la, por enquanto.  Darei um jeito, claro!

Hoje à noite tivemos um encontro com a Fabiana e um casal de amigos, ele motoqueiro, como dito por ela e que já viajou pelo mundão Argentina e Mercosul.  O papo foi ótimo, alegre e elucidativo, pois nos deu dicas legais sobre locais para pernoite, combustível e visitas a serem feitas, como Punta Arenas, Puerto Natales e de lá Fitz Roy, Perito Moreno (Galciar) etc.

 

Por enquanto é só! 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

RUMO A USHUAIA - 6º DIA - BUENOS AIRES

RUMO A USHUAIA - 6º DIA - 15/02/2013 - BUENOS AIRES

Passei parte do dia colocando correspondências em dia, digitando este blog e trabalhando um pouco na minha empresa Segbras, via "logmein".

BAires virou rota obrigatória a muitos brasileiros que devem vir aqui e curtirem o ainda belo estilo porteño de vida, com suas cafeterias tradicionais estilo europa, onde se lê um bom livro por horas, num silencio educado. Passear por suas largas avenidas, praças históricas e bem cuidadas, visitar seus bairros, ainda que a bordo de ônibus regulares ou turísticos.





















 

Visitar seus monumentos e prédios clássicos, sem se esquecer do Teatro Colón, o bairro San Telmo aos domingos, com sua feira e muitas lojas de antiguidades, o cais de Puerto Madero com suas casas de show e churrascarias típicas, o zoo onde se toca, com as mãos, tigres e leões, macacos etc. Tudo isto, sem falar da Calle Florida com suas inúmeras lojas, galerias e muita curtição.  Pena que hoje estejam reformando todo o seu passeio e a rua está uma buraqueira só!

A prefeitura decidiu inserir novos calçadões (peatonais) em várias ruas do centro e está um tormento caminhar por lá, muito pó, máquinas e um monte de grandes caixas de coleta de lixo.  À noite, os catadores de recicláveis fazem a maior baderna, retirando de dentro tudo que entendem reciclável e as calçadas ficam entupidas de lixo em sacos plásticos.  Espero que tudo isto seja o mais temporário possível, já que a cidade está um caos para caminhar no centro.

Como os brasileiros, anteriormente, os argentinos decidiram reinventar uma tomada exclusiva. Nada a ver com a nossa invenção posterior, mas que causa a mesma confusão e decepção a todos. Eu já tinha meu adaptador universal em casa, cheguei a separá-lo, mas o esqueci.  Hoje comprei um que servirá (creio) para toda a viagem, por P$ 15,00.

Amanhã recomeçaremos a principal parte desta viagem, ou seja, rumo a Ushuaia pela Ruta Nacional 3, com retorno pela Ruta Nacional 40, onde analisaremos a viabilidade de sair de Mendoza, subir os Caracoles até Santiago, seguindo pelo Atacama até San Pedro e descendo à Argentina, via Paso de Jama.

De minha parte, preferirei seguir pela Ruta 40 até S.S. Jujuy, sem passar pelo Chile, conhecendo o que me faltou na última ida àquela parte do país, onde "tropecei no rípio".

Como faltam muitos kms e muitos dias, qualquer previsão agora será futurologia. Então opto por deixar a coisa como está planejada e depois corrigir no que for necessário.

Bem à noite recebi telefonema do Marcos informando que deverá conhecer uma outra prima na manhã deste sábado, desejando recomeçar a viagem após as 12h00. Disse-lhe que tudo bem, mas que ele deveria observar que nossa km diária baixou para 390km.  Se mantivermos abaixo dos 500km/dia, a viagem completa ficará difícil para ele, devido o dia do retorno ao trabalho. De minha parte, tudo bem, pois poderei retornar quando concluir meu roteiro.  Ele entendeu e se esforçará para alterar o ritmo daqui para a frente.
 
Como precisava de P$, decidi cambiar alguns US$ no hotel mesmo, ao cambio quase oficial, ou seja, US$ 1,00 = P$ 6,00.
 
O dia passou rapidamente, sem que eu percebesse e logo a noite chegou, carregando o sono em seu bojo.
 
Por hoje é só!