sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

RUMO A USHUAIA 2013 - 11º DIA - PUERTO SAN JULIAN

RUMO A USHUAIA 2013 – 11º DIA – 20-02-2013 - PUERTO SAN JULIAN

Em 19-02-2013, depois de sermos ajudados a encontrar um bom hotel, “tipo flat”, o Complejo Turistico Los Sauces, em Puerto Madryn (acento no a), com direito a cozinha e utensílios, piscina, web wi fi etc, rodamos aquela cidade quase toda e visitamos a Península Valdés, digna de nota. O contato com o motociclista e advogado Daniel e sua esposa nos ajudou muito a desenvolvermos nossos planos de para onde ir e como seguir as rotas.

Dia seguinte, 20-02-2013, pela manhã, partimos em direção a Trelew (cerca de 60km), passando por Uzcurdun às 12h25, com 58.835km, onde abastecemos com 8,17 litros, ao maior preço já pago até aqui = P$ 6,47 o litro!!

Como manda a esperteza, continuamos enchendo o tanque sempre que passávamos por um posto e, assim, reabastecemos em Comodoro Rivadávia, onde a Argentina tem uma de suas maiores bases navais, cidade grande e movimentada, com 59.074km, em Caleta Olívia, com 59.164 km, Fitz Roy com 59.246km, Três Cerros com 38.385km e , finalmente, em Puerto San Julian, com 59.535km, às 21h00, noite já escura e muito fria!

Diga-se, de passagem, que o trecho entre Comodoro Rivadávia e Caleta Olívia foi o pior desta longa Ruta Nacional 03, com muitas obras de recapeamento, poeira, desvios e riscos de derrapagem. Pilotamos, com calma e segurança, sem nos apressar.

Passamos por várias praias, muitas com milhares de aves, famílias pescando ou, simplesmente, curtindo a natureza em suas cadeiras e o sempre presente “mate”, do entardecer.

Registramos que todos os motoristas de caminhões, principalmente, são sempre muito gentis quando necessárias as ultrapassagens, nem sempre pelas faixas pontilhadas.

Passei um dos maiores frios da minha vida, pois saímos de Puerto Madryn com sol e quase calor. Com uma camiseta soft, a jaqueta e calça do conjunto sem forro e a jaqueta da capa de chuva, encarei tudo aquilo e quase congelei na estrada. Liguei o aquecimento das manoplas para aquecer as mãos sob luvas de couro, mas as pernas tremiam sem controle. Quase parei para me embrulhar um pouco mais, porém o decréscimo dos kms no GPS me orientou a continuar.

Sempre leio as informações de outros motociclistas antes de empreender uma viagem, mas muitos exageram em suas exposições, como para se promoverem perante seus seguidores ou leitores amigos. Estes ventos patagônicos divergem e muito nas informações e somente posso creditar à sorte ou não de muitos pilotos ao cruzarem a Patagônia.

Para mim, percebi os ventos (frontais, laterais) logo após Azul, mas não me incomodei, todavia foram crescendo à medida que descíamos em direção a Ushuaia.
 
No trecho após Comodoro Rivadávia até Puerto Julian, os ventos foram crescentes e contínuos, juntando-se ao frio. Há que se ter muita cautela para não enrijecer as mãos, inclinar um pouco a moto, cuidar as ultrapassagens de caminhões pela turbulência inicial, vácuo lateral e “trombada” com o ar ao completar a ultrapassagem.
 
Por outro lado, quando o vento vem de frente, ao cruzar com caminhões, o “paredão de vento” que se forma chega a balançar muito as motos, notadamente as menores, como a do Marcos.  Com cuidado, nada disso assusta, mas vale a pena relatar que os ventos e o frio existem e crescem à medida que se aproxima do sul.

Com a noite chegando e o cansaço aumentando, no último trecho, o Marcos decidiu imprimir maior velocidade, chegando a 140km-h, durante um bom tempo, tendo sua moto caído dos 25 km-l para 19 km-l, o que o preocupa sempre.
 
Novamente, por termos saído tarde, chegamos ao posto de combustível de San Julian às 21h00, onde o frentista nos indicou um alojamento, refugado por mim, e um “pequeno hotel”, o Hotel Argentino, com quarto duplo, banheiro e cozinha coletivos, sem café da manhã, mas muita gentileza, como sempre recebo aqui na Argentina.  O preço?  Pagamos cerca de R$ 35,00 por pessoas!!!!  Querer o que por este preço, não é mesmo? 

Aquela noite não conseguimos tomar banho por falta de água quente e precisava ser macho e maluco para entrar sob água fria, melhor quase congelada!!

Decidimos comer algo mais substancioso e, como não tínhamos nada para cozinhar ou esquentar, pedimos um delivery: milanesa con papas fritas y ensalada. Ao preço de P$ 118,00 (R$ 40,00), comemos um bife à milanesa, cortado com máquina de frios (rsrs), salada verde com tomate e batatas fritas. Também pelo preço, fome e indisposição para sair de moto, ficamos satisfeitos com aquela comida regada a coca cola, perto das 23h00!

Ressaltamos que, ao chegar no Hotel Argentino, observei uma moto Kawasaki, 650CC, estacionada no quintal. Estava com muitos utensílios presos a ela, como se fosse de um “viajero”, faltando somente o top case ou bolsa.

Lá dentro conhecemos o dono da dita cuja, uma americano viajante, daquele tipo “faz tudo, recebe e se manda para a próxima cidade”.
 
Grandão, claro, castanho, muito calmo e simpático. Este é o Jeff, com quem o Marcos saiu de seu aprendizado espanhol e partiu para a prática do inglês. 
 
Enquanto conversavam, continuei comendo e, após, fui dormir, antes enviando mensagem à família e um outro pedido à Iracema para reabilitar meu cartão de crédito (internacional) e botar uma graninha no Traveller Card do AMEX, cartão de débito para viajantes. 
 
Ressalto que meu amigo de sempre, Miguel Angel Liendo, de S. S. Jujuy, fez contatos com seu amigo "El Cura", desta cidade, para que  conversássemos sobre a ida a Ushuaia, se via Rio Grande ou se via Punta Arenas, devido ocorrência de neve em Ushuaia. Falaremos sobre seus conselhos na próxima página. 
 
Dormi muito bem, sem me preocupar qual era o preço e a qualidade daquele pequeno hotel.

Por hoje é só!  Fiquem com Deus!

 

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