domingo, 21 de dezembro de 2008

Machu Picchu - Considerações Finais

Queridos(as) bloguistas,

Concluída a viagem que tanto desejei e planejei fazer, a tendência seria esquecer os momentos difíceis passados e ressaltar tudo aquilo que nos deixou felizes. Por saber disso, sempre faço muitas fotos, pois elas me fazem reviver muito do que vivenciei. A decisão de montar e manter um blog durante a viagem foi minha leitura do que havia sido digitado pelo maninho Mazzo, BV-MC Curitiba e da informação do Atiê de que havia aberto um para ele.

Puxa, achei uma ótima idéia, principalmente porque poderia registrar, quase em tempo real, todas as experiências vividas, boas e más.

Certamente, o blog do Atiê melhorará as informações contidas neste ou complementando-as, quando não apresentadas. Suas impressões deverão corroborar ou não as minhas e todos vocês poderão fazer uma ótima triagem de tudo que postamos.

Uma viagem como essa possibilita a alteração de comportamento de qualquer integrante. Afinal, para muitos, a saudade de casa, problemas com a moto, dificuldades com autoridades dos países visitados, malandragem babaca, hospedagem sem conforto suficiente, refeições pouco recomendadas, dinheiro gasto e prazo escasseando são motivos mais que suficientes para transtornar o espírito, perturbar o sono, prejudicando o descanso. A isso tudo se soma as diferenças comportamentais e culturais dos viajantes, eventual egocentrismo e possível intolerância.

Assim, um projeto de viagem, que supere aqueles famosos bate e fica (B&F) dos feriadões, deve levar em consideração:

a) planejamento das rotas, dos hoteis e dos reabastecimentos (galões reservas?);
b) verba necessária, além de cartões de crédito e de saque rápido;
c) prazo com folga;
d) revisão das máquinas (provavelmente darão algum tipo de problema, mesmo assim);
e) preparação dos documentos necessários (todos são imprescindíveis, mesmo que não requisitados durante a viagem, evitando ficar nas mãos de autoridades estranhas);
f) sobressalentes previsíveis (lâmpadas, cabos, velas etc);
g) roupa (somente a necessária), sem esquecer a de chuva, incluindo luvas e galochas para botas;
h) remédios de uso continuado, dor de cabeça, dor de estômago, pancadas, gripe etc;
i) chaves reservas da moto, do tanque e dos maleiros;
j) celulares adequados para uso internacional (ligações caras, só para emergências);
k) ferramentas mais indicadas para cada modelo de moto;
l) leitura de blogs, referenciando viagens anteriores, pegando dicas e endereços postados;
m) notebook wireless (boa, Atiê) para contato com a família e amigos plugados no skype e msn;

De nada adiantará tudo isso, se num projeto desses, não se levar em conta o conhecimento mútuo entre os componentes. Conhecerem-se durante a viagem poderá ser desastroso, ainda que o comum é se conhecerem melhor numa viagem longa. Já assisti viagem de 6 componentes que se dividiram em duas equipes: 3 + 3 , conseguindo manter inalteradas a amizade e a consideração, após a difícil convivência como viajantes.

Como já dito por mim e pelo Atiê, esta viagem a Machu Picchu exigiu muito de nós dois, tanto na determinação e vontade de prosseguir quanto na preparação física, na tolerância mútua diante de problemas mecânicos, de rendimento das motos, de problemas pessoais e profissionais e até de manias e comportamentos ainda não conhecidos.

O companheirismo e consideração na diferença de rendimento das motos, onde o limite de distanciamento sempre será a moto do amigo ou seu farol no espelho retrovisor, é fator preponderante na segurança que devem sentir todos os componentes viajantes.

A passagem conjunta pelos postos de policiamento, de fronteira e aduanas dificulta sempre a pressão e o achaque.

De fato, foi e deverá ser a mais difícil viagem de moto já experimentada por mim.

Não desaconselho ninguém a fazê-la, até porque, se eu consegui, muitos outros conseguirão, até com maior facilidade. Uma coisa é certa, salvo alguns pequenos itinerários não feitos por nós diante da exiguidade de tempo do Atiê, não deverá ser considerada uma viagem de turismo. Existem dezenas de viagens de moto que poderiam ser melhor classificadas nesse segmento.

Desejo agradecer a todos aqueles que me permitiram realizar esse sonho: minha família, meus colaboradores, meus clientes, meus amigos e minhas amigas que por todos os meios me incentivaram, principalmente via blog, no dia a dia, aos novos amigos que encontramos no caminho, destacando Miguel Ángel e Juan - de Jujuy, Ovídio Coaquira - La Paz, Edegar e Edegarito - Sacaba, Marizol Rosas - Cuzco e Paula Kiwicha - Susques. Perdoem-me aqueles que, sem querer, esqueci de mencionar.

Não poderia deixar de agradecer ao Atiê, por suas qualidades como irmão e amigo, parceiro, participativo, ativo (elétrico) e confiável, durante esses 24 dias de pura emoção, expectativa, frustração, raiva e decisão que vivemos em comum. Aproveito para pedir-lhe escusas se, em algum momento, o frustrei com minhas palavras ou ações.

Por derradeiro, agradeço aos meus Anjos da Guarda (tenho vários) e a Deus por terem-me guardado e socorrido nos momentos difíceis desses 8.014 kms rodados.

Muito obrigado a todos e até uma próxima oportunidade!

FOTOS: Acessem a URL: http://picasaweb.google.com/r.mecca33 (copiem e colem no navegador da Internet). Cliquem sobre Apresentação de Slides. Espero que gostem!

Renato Mecca - motociclista
integrante do Buena Vista - MC - São Paulo - SP => http://www.buenavistamc.org/

3 comentários:

MAZZO disse...

Meus queridos irmãos Mecca e Atiê.
Gostaria primeiramente de parabenizá-los pela excelente viagem e muito bem comentada no Blog.
Pena que acabei lendo os relatos todos somente agora, no final da viagem, senão até daria algumas dicas em tempo real.
Pena também não terem conseguido encontrar com os irmãos Paraguaios. Depois que passei os contatos, achei que vocês tivessem tratado os encontros.
Alguns detalhes que vocês tiveram dificuldades, eu tinha comentado no meu Blog, talvez vcs não lembrem, mas as informações sobre postos de combustíveis (trechos sem postos), a estradinha de Puquio até Cuzco, onde vcs até retornaram, preços das passagens para Machu Picchu, etc.
Sobre a moto do Atiê, eu havia recomendado que seria muito melhor ele ir com a BMW, pois teria bem menos problemas do que com uma moto carburada, recém comprada e ainda desconhecida para ele.
Mas sei lá, tudo isso faz parte do "pacote". Se der tudo certinho demais, não tem graça, não é mesmo? O importante é desbravar essas novas aventuras.
Parabéns pra vcs dois, meus queridos irmãos.
Mazzo
www.mazzo.blog.br

Pilão disse...

Grande Mecca !

Viagem fantástica, fotos lindas que registraram para sempre essa maravilhosa conquista.

Que seus relatos e suas fotos inspirem outros amiguinhos das duas rodas também a irem pessoalmente conhecer esse imenso mundo.

O frio, o ar rarefeito, o calor intensos não são dificuldades, mas formas de crescimento entre duas rodas, que se aplicam depois á nossa vida, fazem com que demos valor ao que temos.

Muitos parabéns !

Pilão
SombreroS - SP

ivo paz disse...

..valeu Mecca vc é o cara.
Ivo Paz & Solange