sábado, 30 de março de 2013

RUMO A USHUAIA 2013 - 48º DIA - SÃO PAULO

RUMO A USHUAIA 2013 – 48º DIA – SÃO PAULO

Acordei cedo, tomei o café da manhã na pousada, instalei as malas na moto e peguei a estrada, sentido São Paulo. Com muitas nuvens, o dia prenunciava chuva a seguir. Considerando o ventinho frio da manhã, aproveitei e coloquei a jaqueta da capa de chuva, me aquecendo legal.

À medida que o tempo passava, o dia clareava e a temperatura aumentava, tornando-o bem agradável para motocar. Minha valente BMW rodava macio e posuda naquela Castelo Branco de bom piso, sinalização e muitos radares!  Não podia passar dos 120km-h sob risco de multas e pontuação na carteira de motociclista-motorista.

O movimento no sentido contrário, isto é, saindo de Sampa direção ao interior era imenso pelo feriadão que iniciou hoje. Ocorre que o movimento também era grande sentido São Paulo! Tendo abastecido no posto Ipiranga não precisei fazê-lo de novo até chegar à minha casa.

Eram exatamente 13h13 quando apertei a buzina e meu portão foi aberto para entrar.

Havia saído às 10h30 de 10-02-2013, com 54.738km e retornado às 13h13 de 29-03-2013, com 70.603km rodados nestes 48 dias ininterruptos, dando uma média de 337,50 km-dia, considerando permanências para visitações e manutenções. No total, foram motocados 15.865km, na maioria deles em viagem solo.

Esta viagem foi bastante longa, com uma moto grande e pesada, mas vigorosa e potente, veloz e de ótima ciclística, econômica (média total em torno de 19 km-litro), tendo como máximo consumo 18 km-litro (trechos a 140 km-h) e mínimo consumo 21 km-litro (trechos entre 110 e 120 km-h).

Ainda que alguma coisa tivesse me desagradado, quase todo o tempo eu estava feliz e me sentindo muito bem, física e moralmente. Conheci lugares fantásticos, todavia o que mais me entusiasmou foram as pessoas que conheci e também aquelas às quais eu revi. Tudo isto não tem preço! Não quero cometer injustiças nominando aqueles que foram joias raras para mim nesta viagem, podendo esquecer algum deles, porém, listarei com cautela e os relacionarei na próxima revisão do blog, pois todos merecem destaque, ainda que mencionados nos textos anteriores.

Tudo valeu, incluindo as dores nos pulsos e no traseiro, os dias muito frios, as rajadas perigosíssimas, as estradas ruins com rípio, terra e areia, a fome pelo almoço não feito ou a mesmice do sanduíche de presunto e queijo, as chegadas tardias pelas saídas atrasadas e outros pequenos problemas que julgo desnecessário comentar.  Tudo valeu a pena pelas pessoas que conheci e pelas paisagens que desfrutei. Tudo valeu a pena pela conclusão desta viagem tão sonhada, já abortada uma vez no ano passado, pela auto estima que reforcei em mim, com a determinação e com o arrojo que injetei nesta missão realizada.

Dos quase 16.000km rodados, percorri 687km de rípio (*), às vezes acompanhado de amigos estradeiros e outras “solito no más”, sendo carregado na garupa pelo Criador dos Mundos. A certeza que tenho é que todo este rípio, muito pouco para os 5.000km da emblemática Ruta 40, estará desaparecido sob o asfalto ou concreto dentro de poucos meses, tanto no lado chileno como no argentino, permitindo aos motoviajantes de custom trafegarem e conhecerem todas as maravilhosas paisagens que conheci nesta longa viagem.

(*) 130km – Cerro Sombrero a San Sebastian (ida a Ushuaia) + 128km – San Sebastian a Cerro Sombrero, via Porvenir, dobrando à direita para Primavera e Cerro Sombrero (Ushuaia a Punta Arenas) + 215km – Três Lagos a Gobernador Gregores e a Estância Verde + 40km – depois de Rio Mayo + 124km – Esquel (Parque Nacional) + 50km – Bardas Blancas a Malargue + nnn km não contabilizados de alguns parques e trechos em reparos com desvios de alguns kms, totalizando 687km de rípio. Em todos estes trechos, não houve quedas, todavia a moto “deitou” parada umas 4 vezes, por descuido meu, sendo ajudado por terceiros a levantá-la. Relembrando, no trecho entre Bardas Blancas e Malargue, o pneu traseiro, já bem desgastado, “patinou” no rípio quando acelerei a moto para mantê-la na trajetória, seguindo os ensinamentos do amigo El Cura – Puerto San Julian, praticamente parada e eu sem forças para segurá-la mais, deixando-a deitar-se.

OBS 1: Conversando com amigos enduristas, praticantes de enduro naquelas terras pedregosas, cheias de sobes e desces, com curvas etc, que desde crianças praticam este esporte com bicicletas, depois motos menores e maiores, a queda faz parte do aprendizado e não é contabilizada para qualificar este ou aquele como melhor. O objetivo final é a chegada ao fim do trajeto, dentro de determinado tempo. Isto melhorou meu ego como motociclista, depois de um ano me sentindo culpado pela queda que abortou minha primeira ida a Ushuaia, em 01-2012.

OBS 2: Mais uma vez gostaria que todos entendessem meu carinho com o povo argentino, tudo baseado num cem número de situações em que fui atendido de forma cortês, positiva, compreensiva e até tolerante por ele. Há anos viajo para aquele país, comprovando o que digito aqui e lhe sou muito grato por tudo que tem me proporcionado ao longo destas viagens. Tenho acrescido amigos a cada uma delas e nesta, especificamente, quebrei meu recorde, ampliando meu relacionamento de amizade com inúmeros grandes amigos argentinos, motociclistas ou não, que me ajudaram ou não, me hospedaram ou não, ou que simplesmente compartilharam comigo momentos de suas vidas familiares e profissionais. A todos eles e ao povo argentino o meu agradecimento e o meu carinho.

OBS 3: Em algumas viagens que fiz relatei o comportamento desonesto de alguns policiais argentinos, notadamente da Provincia de Missiones (proximidades a Posadas), Provincia do Chaco (Resistência e Corrientes) e Provincia de Buenos Aires (pontos diversos), que, de forma “sambarilove” ou alegando infrações inexistentes, cobram propinas diretamente para evitar a lavratura de multas, com atendimento por juízes em horários que nos atrasariam muito as viagens. Da mesma forma, acredito que temos isto no Brasil, já que a corrupção não é privilégio deste ou daquele país. O que me agrada relatar neste blog, agora, é que durante 48 dias de viagem, em nenhum momento fui abordado por um destes maus policiais, pelo contrário, sempre me atenderam de forma cortês e profissional, muitas vezes com perguntas sobre a moto e entusiasmo pela longa viagem empreendida. A todos eles, minhas considerações de respeito.

As fotos e vídeos amadores que produzi deverão estar neste blog, paulatinamente, haja vista que não terei todo o tempo que gostaria para melhor apresentá-los.

Estou postando um Mapa com todas as rotas que pilotei nesta viagem.  Espero que desfrutem e, se quiserem, a usem para seus projetos futuros. Basta clicar no link ou copiá-lo e inseri-lo no seu navegador:

https://mapsengine.google.com/map/edit?mid=zx4M7yNbPJE8.kmO2Zxc79s60
 



 

Fiquem com Deus e até uma próxima viagem, se Ele me permitir!

R. Mecca

 

 

 

 

 

 

RUMO A USHUAIA 2013 - 47º DIA - OURINHOS

RUMO A USHUAIA 2013 – 47º DIA – OURINHOS

Saindo cedo de Foz do Iguaçú, pretendia chegar o mais próximo possível de Sampa, uma vez que não acreditava ser capaz de percorrer os 1.147km entre aquela cidade e São Paulo, devido as dores que sentia nos pulsos direito e esquerdo. Foram tantos dias de esforços continuados que, creio, desenvolveram LER – Lesão por Esforço Repetitivo... he he he... De fato, doíam com 1 ou 2 horas motocando, passando a fazer uso do travador de acelerador da minha guerreira.

Fazia muito tempo que não retornava de Foz, somente ia até lá e entrava na Argentina ou Paraguai para minhas andanças pela América do Sul. Desta vez estava retornando e partindo de Foz para Sampa.  Escolhi o sentido por Ourinhos e o caminho não foi muito fácil devido muito tráfego de caminhões, reparos e desvios de pistas, tudo retardando minha viagem. Acho que se seguisse por Assis teria sido melhor.


 

Por volta das 20h00, tendo passado há pouco por Ourinhos, com frio, com dores nos pulsos e sabendo faltarem uns 300-350km para chegar em casa, decidi perguntar em um posto da polícia rodoviária estadual, onde poderia encontrar um hotel ou pousada adiante.  Muito solícito, o policial me indicou uma pousada ao lado do posto Ipiranga, logo à frente.

Fui até a portaria, registrei-me, voltei ao posto e jantei, podendo beber uma cervejinha em copo e retornar á pousada.  Daquela portaria, onde já há estrutura para alojar hóspedes mais frequentes (trabalhadores locais, caminhoneiros etc), distante uns 800m adentro, há uma infraestrutura muito legal para se reunirem famílias, amigos etc, com diversos conjuntos, cada qual com 6 suites.






 

Há tuboágua, piscina, lago para pesca esportiva, churrasqueiras etc. Uma área completa para descanso e lazer, a preço razoável e não muito longe de Sampa. Logo mais postarei o nome e endereço desta pousada muito legal.

O atendente da portaria me conduziu até minha habitação e voltou ao seu turno.

Dormi à solta!

RUMO A USHUAIA 2013 - 46º DIA - F. IGUAÇÚ - AINDA

RUMO A USHUAIA 2013 – 46º DIA – FOZ – AINDA

Fui acordado pelo Papito por volta das 08h00, quando as crianças já haviam sido levadas à escola e a Sílvia ter ido trabalhar, uma vez que desenvolve seu trabalho de Assistente Social, como servidora pública da prefeitura local.

Tomei o café rapidinho e logo seguimos a Ciudad del Este. Até chegar à fronteira foi fácil, já que o trânsito de Foz é organizado, entretanto, chegando à aduana, lado brasileiro, dezenas de mototaxistas brasileiros e paraguaios adentram por um labirinto, com cerca de 50cm de largura e muretinhas de uns 15cm, com curvas fechadas e lombadas!!! 
 
A habilidade daquele pessoal é incrível, haja vista que trafega pelo labirinto como se estivesse numa faixa maior, reta, sem curvas e lombadas!!  Imaginem-me com uma BMW R1150GS passando raspando pelas muretinhas, subindo e descendo aquelas lombadas em velocidade tal que não congestionasse o tráfego...
 
Foi mais uma aventura que vivenciei e fico grato pela experiência de tantos anos que me trouxe a tranquilidade necessária para que não cometesse desatinos no meio de tanta gente. O Papito, com sua Cagiva 900 e sua experiência, passou pela mesma situação, só que mais confortável, pela repetição do trajeto há anos.  Em suma, há 2 labirintos em cada passagem, sendo 1 brasileiro e 1 paraguaio.  Não é moleza, mas possível de motocar por lá.

Putz, mesmo com o conhecimento do Papito naquela cidade, não conseguimos localizar os pneus Michelin Anakee 2 traseiro e o dianteiro, no único local encontrado, custaria US$ 220,00 = R$ 484,00. Era quase o preço encontrado em Sampa antes de minha partida.

Frustrados, levamos nossas motos para um estacionamento, seguindo para as lojas de conhecimento do Papito, para comprarmos a filmadora prometida à minha esposa.

Na loja oficial Panasonic - Shopping Lai Lai, comprei uma filmadora Panasonic modelo HC-V500M por US$ 415,00. Já na loja Monalisa, acabei comprando um multimídia para meu Cruze Sport  LT por US$ 560,00, possivelmente próximo do preço ofertado na região da Santa Ifigênia, em Sampa.

Ainda estava frustrado pela não compra dos pneus quando empreendemos o retorno, próximo das 15h00.  Como precisava comprar elásticos e uma aranha para, eventualmente, prender aqueles materiais na moto, paramos numa loja que vende tudo de moto em Foz do Iguaçú, chamada J.F. Motopeças Ltda, Av. Beira Rio, 842 – Vila Portes, conhecida como FRAIDA. 
 
Depois de comprar os elásticos, o Papito conversou sobre a dificuldade de encontrar o Anakee 2  no Paraguai. O vendedor disse que somente na Argentina e na própria FRAIDA nós conseguiríamos compra-los. Claro que pareceu brincadeira, mas ele disse que os tinha e orçou-me o par: R$ 1.134,00 já com desconto de mais de R$ 200,00.

Comprei-os na hora e voltei a ficar contente, devido não ter que rodar mais de 1.000km com pneus desgastados além do limite definido.

Ele os levaria ao montador, enquanto almoçaríamos em uma churrascaria próxima.  Dito e feito!  Tremendo churrasco foi comido e depois vimos a montagem dos novos pneus, de forma rápida e segura. Minha menina estava com novos sapatos e me traria a segurança que já não tinha há muitos kms!

Considerando a hora, não seria boa ideia seguir viagem e, gentilmente, o Papito ofereceu-me mais uma noite em sua casa, devendo seguir viagem no dia seguinte, ou seja, dia 28-03-2013.

Concluída a substituição, voltamos à casa do Papito, para um banho, jantar e uma bela dormida.

Por hoje é só.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RUMO A USHUAIA 2013 - 45º DIA - FOZ IGUAÇÚ

RUMO A USHUAIA 2013 – 45º DIA – FOZ IGUAÇÚ

Acordei cedo em Posadas para seguir a Foz, rumando para a Ponte Internacional que liga Argentina ao Paraguai. Não houve dificuldade para a passagem pelas aduanas e imigração, como sempre pela facilidade do passaporte e nenhum documento a preencher. Tratando-se de países componentes do Mercosul, a passagem de moto ou carros não causa maiores implicações, como a passagem pelo Chile, onde há necessidade de preenchimento de formulário específico na entrada e na saída, quando é entregue para arquivo.

De certa forma, me arrependo de seguido pela ruta que sai de Encarnacion, haja vista que o tráfego é intenso, repleta de pequenas cidades com redução de velocidade, lombadas, muita polícia, como na Argentina, mas que me pararam somente uma vez para conferir documentação, liberando-me a seguir. Mesmo assim, teria sido muito mais rápido ter seguido a ruta 12 até Puerto Iguazu, na tríplice fronteira.

Causou-me espanto o desenvolvimento havido na cidade de Santa Rita, no Paraguai, com imensas plantações de soja, milho e muito gado. Nas laterais da estrada estão instaladas conhecidas empresas multinacionais ligadas à agropecuária, confirmando que vieram para ficar. Tomara que seja certa essa visão, pois somente assim, poderemos ver o Paraguai recuperar sua força e nacionalismo, destroçados pela guerra que teve com os 3 outros países do Mercosul: Brasil, Argentina e Uruguai, que quase o destruíram, dizimando todos os homens, deixando somente crianças, mulheres e velhos.

Realmente, fiquei contente com aquela visão e espero que nossos irmãos brasiguaios estejam contribuindo com essa expansão paraguaia e que sejam estimulados pelos governantes e não fustigados pelos famigerados “sem terra” que só se interessam por terras próximas às cidades, exatamente como aqui no Brasil.

Bem, chegando a Ciudad del Este, atravessei a Ponte da Amizade pelas aduanas, sem problemas. Parei num posto Ipiranga e telefonei para o amigo Carlos, conhecido como Papito, pelos amigos da lista Big Trails, seguindo orientação do sempre digitado Miguel, de Jujuy.

Sendo cerca de 14h45, ele me fui orientou a visitar as Cataratas que estavam com excesso de vazão como poucas vezes se vira e, na volta, parasse no mesmo posto para que ele me encontrasse. Gostei da sugestão e segui para lá. Como poderão ver pelas fotos, as cataratas estão impressionantes, tanto pela vazão incrível como pelo som ensurdecedor de suas águas despencando nos penhascos. Mesmo a longa distância, o chuvisco alcança quase todos os visitantes, num espetáculo indescritível, com formações de arcos íris pela incidência dos raios solares sobre aquelas nuvens.












 Por volta das 17h30 estava de novo naquele posto Ipiranga quando chegou o Papito. Eu o segui em sua moto e chegamos á sua casa, sendo recebidos pela esposa Sílvia e os filhos Carla e Joshua, respectivamente 7 e 5 anos. A recepção não poderia ser mais amiga e logo estava me sentindo à vontade naquela casa, quase chácara. Longa conversa foi entabulada, com histórias sobre minha viagem, entremeadas pelas histórias do Papito, também um motoviajante experiente e, quando nos demos conta, eram 20h00 e nem banho havia tomado.

Tomei-o rapidamente, voltando para a varanda onde a simpática e comunicativa Sílvia serviu o que eu esperava há dias: feijão, arroz, bife e salada, tudo selado por latinhas de cerveja que desceram redondinhas...

Embora a distância entre Posadas e Foz do Iguaçú tenha sido de somente 347km, pelo tráfego, velocidade reduzida e o já cansaço quase crônico deste velho motociclista pela longa viagem, o sono veio acelerado pelas cervejinhas.  Fui dormir para acordar cedo, uma vez que teria que seguir a Ciudad del Este e trocar os pneus Anakee 2 – Michelin, da minha guerreira Yellow.

Acredito que apaguei em questão de segundos!

Por hoje é só. 


















RUMO A USHUAIA 2013 - 44º DIA - POSADAS

RUMO A USHUAIA 2013 – 44º DIA – POSADAS

Como a noitada com Adrian e esposa foi agitada pela ótima comida, bebida e sobremesa, acabei esquecendo de colocar meu despertador e acordei muito tarde no dia seguinte, 10h30.  Atrasei tudo.

Para complicar, o hotel não aceitou pagamento com cartão e precisei buscar um banco para sacar pesos.  Nenhum dos caixas eletrônicos encontrados permitiu o saque, possivelmente por bloqueio do Itaú.  Recorri ao Adrian que me trocou alguns dólares, com os quais paguei o hotel e peguei a estrada rumo a Foz do Iguaçú, já pela hora do almoço.

Toquei o barco, mas como seriam uns 800km a rodar, ficou difícil chegar a Foz naquele dia. O tráfego continuou intenso e precisei reduzir a velocidade para não correr riscos indesejados.

A ideia original seria entrar no Paraguai por Assunção, via cidade Clorinda – RA e balsa.  Para visitar o Adrian, não poderia pegar a Ruta 81, mais nova e de menor tráfego, daí entrar no Paraguai por Encarnacion, pernoitando em Posadas - RA.

Este hotel fica próximo da Ponte Internacional que liga Posadas a Encarnacion e já havia ficado nele em outras ocasiões.

Nem saí para jantar, busquei ao lado algumas empanadas e uma cerveja, detonando-as, antes de dormir.

Precisava chegar em Foz o mais cedo possível pois tinha que trocar os pneus em Ciudad del Este, comprar uma filmadora para minha esposa, além de pesquisar preço de tablet Samsung 10,1” para minha filha.

Só para hoje!

RUMO A USHUAIA 2013 - 43º DIA - QUITILIPI

RUMO A USHUAIA 2013 – 43º DIA – QUITILIPI

Tomado meu café da manhã na Pousada, fui até a casa do Miguel para as despedidas e de lá peguei a Ruta 9, em direção a Salta, sem entrar nela, seguindo até a entrada de El Galpón, seguindo a Ruta 16 por centenas de kms. Esta estrada passa pelo Chaco, uma das regiões mais quentes do planeta, beirando os 50ºC nos meses de dezembro e janeiro do ano.



 
Cabe ressaltar que em cerca de 200km esta estrada está horrível, com um piso totalmente gasto, com infindáveis buracos, obrigando a reduzir muito a velocidade e passar grande parte do tempo desviando dos buracos. Não sei por que isto ocorre, já que a maior parte da estrada tem bom piso.  Acredito que os caminhões pesados que circulam por aqueles kms sejam os responsáveis pela deterioração profunda do asfalto, mas nada é feito para coibir os abusos e o custo enorme de manutenção pelo estado.

A distância entre Jujuy e Quitilipi foi de cerca 740km, porém levei o dia todo para chegar lá, devido o asfalto e a quantidade enorme de tráfego naquela região.

Era noite quando cheguei àquela cidade. Não tendo o endereço do Adrian, somente o nome da farmácia, indaguei de uma jovem motociclista da cidade que, juntamente com uma amiga, me levou até a farmácia. A cidade é pequenina e quase todo mundo se conhece, tanto é que não estando o Adrian na farmácia (fechada), ela me levou até sua casa, onde me esperavam o Adrian e sua jovem esposa.

A recepção foi muito simpática, como seria de esperar de uma garotão como o Adrian, que já me visitara em minha casa há uns 9 meses, juntamente com o Miguel e Eduardo, na época do Encontro Big Trail de Ilhabela. Não só havia reservado um quarto par mim num pequeno hotel da cidade como me preparara um “assado” (churrasco) em sua casa. 




Durante o gostoso bate papo, soube que dentro de poucos meses nascerá o herdeiro do casal, cujo nome será Felipe. O Adrian e sua esposa foram muito gentis e receptivos, como têm sido todos os amigos que reencontro e mesmo aqueles em que visito pela primeira vez, por ser uma atitude típica dos verdadeiros irmãos das duas rodas.

Novamente, já era tarde quando me retirei.

Chegando ao hotel, tomei meu banho e dormi muito bem, cansado, sem fome, sem sede e feliz!

Por hoje é só!

 

 

 

terça-feira, 26 de março de 2013

RUMO A USHUAIA 2013 - 42º DIA - SS JUJUY - AINDA

RUMO A USHUAIA 2013 – 42º DIA – S. S. JUJUY – AINDA

Em 23-03-2013, 42º dia de viagem, acordei mais tarde e me dirigi à oficina do Miguel, pois havia sido programada uma visita à Salina Grande, Purmamarca e Tilcuara, que levaria umas boas horas.

Passamos no posto YPF do centro da cidade, tocado pelo ACA – Automóvel Club Argentino, pegamos a Ruta 9, em direção a Purmamarca. 
 

O caminho a Purmamarca é digno de se mostrar em fotos, como as abaixo:
 
 
 

 
 
 
 
 




Assistam o vídeo existente no YouTube para melhor visualizarem esta maravilha!
http://www.youtube.com/watch?v=Rxv5IubaBH8





Passamos por lá, diretamente à Salina Grande e para isto subimos aqueles montes até uma altura de 4.157 metros acima do nível do mar. Além dos efeitos do ar rarefeito, aquelas paragens reduz a temperatura de forma geométrica, inversamente aos metros subidos. Foi preciso colocar luvas grossas e blusa sob a jaqueta de cordura, além de aquecer as manoplas da Yellow.




 
 
Estávamos na Salina Grande, com a moto no meio daquele mar de sal, fazendo fotos e apreciando a curiosa formação daquela crosta salgada, toda branca e nivelada por quilômetros, quando uma figura de um motociclista, acompanhado de outro, surgiu na beira da salina. 






Aquele cabelo todo vermelho não é coisa fácil de encontrar, mas olhando atentamente, identifiquei como o VERMEIO, amigo que conheci em 01-2012, quando seguíamos para Jujuy.  Naquela ocasião, ele estava acompanhado do Geovani e André, conforme relatado no blog daquela viagem.

 

A alegria ficou estampada tanto no meu como no rosto do Vermeio e logo estávamos nos abraçando, considerando muito curiosa aquela coincidência.  Longo papo se desenvolveu com a participação do amigo que o acompanhava como também do Miguel, que o conhecera naquela época.  Mais de hora se passou com o alegre bate papo e logo nos despedimos para seguir os rumos. 
 
 

Eles seguiriam para Salta  onde dormiriam e Foz do Iguaçú, em seguida.

Fizemos mais algumas fotos abaixo:




Voltamos para aquela serra danada de fria, mais fria ainda que quando fomos à Salina Grande.  À medida que baixamos a temperatura vai melhorando para nós e logo chegamos a Purmamarca, onde o Miguel me levou para conhecer Los Colorados.

Miguel estava com uma Suzuki 750, antiga, mas muito bem cuidada. Quando percebi, ele adentrava por uma viela e logo saía para uma trilha. Eu o segui e não foi fácil.























Miguel é um homem traquejado no enduro, enquanto eu não, de fato!  Mesmo assim, eu o segui por subidas e descidas, com valas, barrancos e estradinha estreita. As passagens mais difíceis não estão retratadas aqui, mas tudo bem.

Com uma R1150GS fica tudo mais fácil, bastando controla-la, contudo, para um “inexperiente endurista”, não foi muito simples.  Consegui concluir meu batismo sem quedas ou sustos.

Depois fomos a Tilcuara, mais afastada de Purmamarca para visitar uma feira de artesanato, onde comprei uma luva de lã de llama e tomamos um café bem quente.  Saindo de lá, com a noite chegando, aceleramos, mas não contávamos com a chuva que caiu sobre nós, encharcando-nos até os ossos.

Não havia como parar naquela estrada, que não tinha acostamento e seria perigoso parar sobre a estrada para colocarmos as capas.  Sem solução, seguimos assim até a casa de Miguel, onde nos esperava um amigo dele, já assando carnes para nosso jantar. Ao todo havíamos pilotado 347km de emoção pura!

Foi o tempo de ir até a Pascana, tomar um banho bem quente, trocar de roupa e voltar para lá. Outra noite inesquecível, tanto pela comida como pelo bate papo agradável.

Passava da 01h00 quando retornei à Pascana, para dormir profundamente.

No dia seguinte, empreenderia   o retorno a Sampa via Quitilipi, para rever o amigo Adrian e Foz do Iguaçú, para conhecer o Papito e comprar 2 pneus para minha guerreira, cujos já estavam em petição de miséria.

Por hoje é só!