O
dono da Pousada Villa Union pediu que antecipasse o pagamento do pernoite e o
fiz, sem problema. Disse-me que estaria na pousada pela manhã para o café, por
volta das 07h30.
Quando
deu 08h30, desisti de espera-lo para o desayuno e fui ao “centro” da cidade,
onde tomei meu café da manhã. Saí rapidamente para o Cânion Talampaya para
pegar a 1ª excursão interna.
TALAMPAYA
Depois
de 58km de boa estrada, cheguei à entrada monumental do Parque Nacional de
Talampaya. Várias pessoas já estavam se preparando para início da excursão.
Paguei o transporte (P$ 195,00 com caminhão safari) e o ingresso ao parque (P$ 50,00), sem
desconto para Mercosul, como das outras vezes.
Observem o desenho da serpente gravado na rocha
Vejam os desenhos impressos na rocha. Datam de milhares de anos.
Observem o desenho da serpente gravado na rocha
Vejam os desenhos impressos na rocha. Datam de milhares de anos.
Todos
subimos e o caminhão safari (carroceria de ônibus com parte superior sem teto)
seguiu para o Cânion. A estrada já foi boa, pois restos de asfalto levaram até
o rio Talampaya, hoje seco, mas que escorre há milênios, desbastando as rochas
sedimentares, construindo um mini-cânion (Gran Canyon - EUA).
As
paredes são monumentais, atingindo até 200m de altura (ou profundidade) e, por
serem sedimentos depositados em uma época em que tudo era o fundo de um imenso
lago de uma floresta tropical exuberante, apresentam faixas correspondentes às
épocas de deposição, distantes também em milênios ou eras geológicas. As fotos falarão mais do que tento escrever.
Há
animais silvestres como a raposa (zorro, aqui), roedores grandes, guanacos e
consegui fazer um vídeo de um condor voando dentro do cânion.
Depois
da 3ª parada para mini caminhada, quando retornamos ao caminhão safari, o
motorista havia preparado uma mesa com: azeitonas, batatas chips, palitinhos
salgados, doces, vinho, água e laranjada. Foi tudo que queriam os visitantes,
que aproveitaram para se aproximarem uns dos outros.
Sabendo que não iria almoçar, comi bem aquilo. Ao cabo, sobraram alguns doces e o motorista os ofereceu a todos, que os levaram.
O monge...
A visita durou cerca de 2,5 horas, começando às 11h00 e terminando às 13h30.
Rapidamente, deixei o local me dirigindo ao Valle de La Luna, distante uns 80km dali, na mesma estrada. Gostaria de fazer ambas as visitas no mesmo dia.
Segundo
um dos turistas com quem conversei, havia 3 dias que não se fazia nenhum
passeio naquele local devido chuvas e neblina muito forte. Torcia para que tivesse melhorado.
À
medida que me aproximava da entrada, observava que o céu ficava nublado, ao
longe as nuvens eram baixas e temia que não teria o passeio esperado.
VALLE DE LA LUNA
Chegando à entrada do Parque Valle de La Luna, já havia uma turma saído com um guia e a próxima seria somente umas 3 horas depois. Naquele outro parque, não há micro, ônibus ou caminhão. Tem que seguir o guia com seu próprio veículo, no caso, com minha moto.
Paguei
outros P$ 150,00 para ingresso ao parque e me mandei para a primeira estação do
passeio, onde o guia me esperaria.
Percebi que ele me vira ao longe e deu partida no comboio antes que eu
chegasse. Logo os alcancei.
A estradinha é toda de
rípio, mesclada com terra e muita areia, quase um talco que desliza as rodas, impermeabiliza o solo sob chuva, oriunda das erosões das rochas
sedimentares. Com meu pneu traseiro bem gasto, precisei tomar cuidado ao
pilotar e não pagar um chão de bobeira. Eu percebia que a roda traseira derrapava em
qualquer montinho de terra ou areia.
Estava carregado e levando o pneu reserva, tornando a moto muito
pesada. Graças a Deus, tudo deu certo e
não tive nenhum problema.
O pneu usado que comprei em Mendoza é levado na garupa da moto, fixado por elásticos à moto e ao bauleto central (top case). Com o balanço da moto naquele piso rustico, o pneu ora pendia para um lado, ora para outro, causando desconforto para o piloto. Tudo passageiro, inclusive o pneu... Mesmo assim, não vejo a hora de usá-lo para o retorno até o Paraguai, com substituição em S. S. de Jujuy, onde o Miguel substituirá os retentores das bengalas da moto.
Com relação ao parque, o Valle de La Luna é muito especial aos alunos de geologia ou engenharia de minas, como eu fui, há muitos anos, porém, para leigos, é uma excursão por um solo lunar, ou seja, toda uma grande área, onde outrora deve ter sido outra floresta, engolida pela água, que depois se esvaiu, restando somente uma imensa área formando dunas e mais dunas, que, depois de compactadas, se tornaram rochas.
A
erosão pelo vento (eólica) produz figuras estranhas, onde rochas mais recentes
ficam sobrepostas a rochas mais antigas, formando figuras humanas, pescoços, cabeças,
submarinos, taças, entre outras. Para
quem conhece Ponta Grossa, pode comparar com as esculturas naturais lá
existentes, só que em quantidade e região muitíssimo maiores.
Mistério até hoje esta formação arredondada quase perfeita.
Mistério até hoje esta formação arredondada quase perfeita.
Os
turistas não podem se deslocar por qualquer lugar, devem seguir as orientações
do guia e percorrer áreas delimitadas por pedras, evitando acidentes e prejuízo
às áreas em estudo, devido presença de fósseis animais e vegetais.
Tais
figuras, com suas deposições sedimentares em coloração e aspecto diferenciado
causam um sentimento de que tudo na vida é efêmero, isto é, mesmo rochas são
desbastadas e liquidadas ao longo de anos e anos pela natureza, às vezes,
implacável. O que dizer de nós, simples mortais, muito metidos a besta, não é
mesmo?
O
comboio que começara às 15h00 terminou sua excursão às 18h00. Eu tinha que seguir para Patquia, distante
uns 105km dali, onde dormiria, para me dirigir a Tucumán, na penúltima visita
desta longa viagem, desta feita, ao Germán e família.
Alguém
me recomendara seguir até La Rioja, capital da província, onde teria mais
recursos, porém fiquei em Patquia.
Na
verdade é um povoado. Fui ao posto YPF, completei o tanque, tendo que pagar em
dinheiro, de novo! Voltei à rua
principal, onde há um hotel. Fiquei com um single, cujo preço é P$ 145,00 = R$
58,00 com café da manhã. Nem dá para reclamar de nada, certo?
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK...
O
quarto é grande, privado, como seu banheiro.
O chuveiro é daquele que joga água por sobre privada, bidê e lavatório.
Não há box, sacaram? A água saiu quente
e em boa vazão, o que me agradou.
Estava
me enxugando quando bateram à porta. Era a moça da recepção me perguntando se
pagaria agora o pernoite. Disse-lhe que
pagaria o hotel somente após o café da manhã. Gato escaldado tem medo de água
fria... he he he...
Contando
minha grana, já que aqui tudo é “en effectivo”, percebi que ao pagar o hotel,
me sobrariam P$ 9,00. O que comprar com
isto? Já estava com fome e o restaurante
também não aceitaria cartão de crédito, como ela me disse. Estava FU...
Depois
do banho, saí pela vilazinha ou povoado, encontrando um quiosco, onde comprei 2
pacotinhos de biscoito, com os quais jantei.
Nem pensei em conversar com o dono do restaurante para pagar em US$, até
porque o carinha já havia fechado o dito cujo.
Que M... !!!!!
Comi
os biscoitos e agora digito. Novamente
não há Internet para me comunicar com as pessoas, muito menos para postar o
meu blog. Assim, espero que consiga
fazer isto em Tucumán, amanhã, onde devo permanecer por 2 noites.
Há anos uso meu Nextel para me comunicar com as pessoas do meu relacionamento pessoal e profissional. No Brasil e em muitos países, é suficiente, entretanto na América do Sul, é problema. Se não houver Internet, ficamos isolados de todos, a não ser que falemos por locutórios, com telefonia usual.
Em muitos locutórios não há comunicação para o exterior, só local, complicando mais um pouco. Bem, quando se decide fazer uma viagem destas, deve estar preparado para tudo isto e não reclamar de bobeira. Deu, deu, não deu? Paciência! Espero que as pessoas compreendam, não é mesmo?
Em muitos locutórios não há comunicação para o exterior, só local, complicando mais um pouco. Bem, quando se decide fazer uma viagem destas, deve estar preparado para tudo isto e não reclamar de bobeira. Deu, deu, não deu? Paciência! Espero que as pessoas compreendam, não é mesmo?
Fiquem
com Deus!
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