Realizada a visitação a Torres
del Paine, nada me restava a fazer em Puerto Natales a não ser esperar o dia
seguinte para seguir em frente.
Às 07h00 meu despertador me
acordou e desci para o café da manhã. Em seguida decidi fazer um melhor reconhecimento
daquela pequena e organizada cidade, na realidade uma grande agência de turismo
que vive sob os auspícios de Torres del Paine. Sendo domingo, o movimento era
quase zero. Não há nada a relatar sobre
ela quanto a história ou belezas naturais próprias. Mais uma vez passei na casa do tal mecânico
Samuel para que ele visse o problema de minha moto. Nada!
Então, vazei!
Peguei a rota em sentido a Rio
Turbio, embora me tivessem dito que o caminho por lá era mais longo. Pouco me
importei com isso, já que havia prometido ao meu amigo Miguel que faria fotos
de Rio Turbio, onde ele havia trabalhado há alguns anos e onde sua filha Maria
Eugênia havia nascido. Ele e sua família nunca mais voltaram àquela cidade. Daí
a curiosidade sobre o que poderia ter mudado após tantos anos.
A estrada estava muito boa e, 15km depois, cheguei no Controle Fronteiriço
Chileno, onde deixei na Aduana o documento de posse da moto. Cerca de 2 km
após, cheguei ao Controle Fronteiriço Argentino onde só carimbaram meu
passaporte, sem preencher qualquer documento. Países membros do Mercosul têm acordo de
facilitação nas fronteiras.
Por uma estradinha bem
calçada, cheia de curvas, logo cheguei a Rio Turbio. Eu nada sabia sobre ela, mas deu para
entender que sua economia gira em torno da mineração de alguma coisa. Espero
que o Miguel e, principalmente, Maria Eugenia, gostem das fotos e pequeno vídeo
que fiz.
Mandei bala na estrada e,
quando cheguei em Esperanza para encher o tanque, encontrei um piloto chileno
com sua 1200GS. Camarada alto, bem falante, me deu a dica sobre o mecânico em
El Calafate (El Mono – José Luís Garriga) que gosta de ser chamado de Mono.
Disse-me que seguia para o mesmo destino, mas que andava muito rápido, quem
sabe eu não o acompanhasse. Até pareceu um desafio!
Como saí antes, embalei
150km-h para ver se o carinha me alcançava. Depois de uns 10 minutos andando
bem, esqueci dele e de seu papo sobre velocidade. De repente, algo passou por
mim como um bólido e só vi a mãozinha dele me acenando. Confesso que ri da situação. Eu não corro e tinha uma viagem de mais 15
dias pela frente, por uma Ruta 40, onde o cansaço me pegará, devido cautela com
ripio. Mesmo assim, acelerei até uns 170km-hora para não deixa-lo se afastar muito
e depois desisti. O KCT do chileno andava a mais de 180 km-hora!!! Aos poucos eu o vi desaparecendo no horizonte da longa reta que é a Ruta 40.
Claro, naquele trecho todo ela é asfaltadinha, com bom piso.
Já que não tinha muito a
fazer, fiz algumas fotos de placas, incluindo uma da Ruta 40, com minha moto e
tudo, para comprovar que eu estive nela, mais uma vez. Se tudo der certo, estarei nela daqui para a
frente até uns 3 dias antes de minha chegada em Sampa! Tomara que Deus me ajude
a conseguir tudo isto!
Cheguei em El Calafate por
volta das 16h00 com o GPS me levando direitinho ao Marco Polo Suites, cuja
reserva foi feita através da Decolar.Com.
O hotel é muito bom, mas sua Internet wi fi não pega de jeito nenhum, a
não se no saguão da portaria.
Eu precisava fazer contato com
a sobrinha do Miguel, que é agente de turismo aqui, mas o telefone que tinha
copiado do Skype não batia mesmo com os números locais. O hotel não tem
telefone no quarto que faça ligação externa, nem mesmo local. Na portaria
também não fazem ligações locais, quanto mais para o exterior...
Precisei
sair para ir a um locutório (central de telefonia argentina). Antes tomei um
banho legal, lavei minhas roupas e saí.
Consegui que o locutório desvendasse os números que tinha anotado e
consegui conversar com ela. Como já era noite, só podia tentar uma vaga em
agência para visitar o Parque Nacional dos Glaciares se chegasse às 07h00 da matina.
Disse o preço do mini trecking P$ 650,00 + P$ 90,00 ingresso no Parque.
Aproveitei a
saída e jantei um cordeiro patagônico diferente, isto é, não assado na
parrilla, mas no modo gourmet, elaborado. Eles pegam a carne do cordeiro e a
desfiam todinha, colocam num tubo e o prensam, ficando com cara de bolo de
carne. Acompanha um suflê de milho com castanha caramelizada. Tomei uma taça de
Malbec tinto e me senti muito bem. Deu
até para esquecer minha bengala vazante!!!
Retornei ao
hotel, busquei meu netbook para conversar com o Miguel e com a família e fiquei
no saguão, com mais 3 maníacos. Chegou
meia noite e o porteiro apagou todas as luzes porque seu chefe disse para fazer
isso todas as noites, tenha ou não hospedes no saguão!!! Vai entender essa Patagônia!!
Sem mais o que fazer, tendo conseguido o endereço do El
Mono, fui deitar para acordar cedo, ainda que ele abra sua oficina às 10h00!
Nenhum comentário:
Postar um comentário