segunda-feira, 4 de março de 2013

RUMO A USHUAIA 2013 - 22º DIA - EL CALAFATE

RUMO A USHUAIA – 2013 – 22º DIA – 03-03-2013

Realizada a visitação a Torres del Paine, nada me restava a fazer em Puerto Natales a não ser esperar o dia seguinte para seguir em frente.

Às 07h00 meu despertador me acordou e desci para o café da manhã. Em seguida decidi fazer um melhor reconhecimento daquela pequena e organizada cidade, na realidade uma grande agência de turismo que vive sob os auspícios de Torres del Paine. Sendo domingo, o movimento era quase zero.  Não há nada a relatar sobre ela quanto a história ou belezas naturais próprias.  Mais uma vez passei na casa do tal mecânico Samuel para que ele visse o problema de minha moto. Nada!

Então, vazei!

Peguei a rota em sentido a Rio Turbio, embora me tivessem dito que o caminho por lá era mais longo. Pouco me importei com isso, já que havia prometido ao meu amigo Miguel que faria fotos de Rio Turbio, onde ele havia trabalhado há alguns anos e onde sua filha Maria Eugênia havia nascido. Ele e sua família nunca mais voltaram àquela cidade. Daí a curiosidade sobre o que poderia ter mudado após tantos anos.

A estrada estava muito  boa e, 15km depois, cheguei no Controle Fronteiriço Chileno, onde deixei na Aduana o documento de posse da moto. Cerca de 2 km após, cheguei ao Controle Fronteiriço Argentino onde só carimbaram meu passaporte, sem preencher qualquer documento.  Países membros do Mercosul têm acordo de facilitação nas fronteiras.

Por uma estradinha bem calçada, cheia de curvas, logo cheguei a Rio Turbio.  Eu nada sabia sobre ela, mas deu para entender que sua economia gira em torno da mineração de alguma coisa. Espero que o Miguel e, principalmente, Maria Eugenia, gostem das fotos e pequeno vídeo que fiz.

                                                              

Mandei bala na estrada e, quando cheguei em Esperanza para encher o tanque, encontrei um piloto chileno com sua 1200GS. Camarada alto, bem falante, me deu a dica sobre o mecânico em El Calafate (El Mono – José Luís Garriga) que gosta de ser chamado de Mono. Disse-me que seguia para o mesmo destino, mas que andava muito rápido, quem sabe eu não o acompanhasse. Até pareceu um desafio!

Como saí antes, embalei 150km-h para ver se o carinha me alcançava. Depois de uns 10 minutos andando bem, esqueci dele e de seu papo sobre velocidade. De repente, algo passou por mim como um bólido e só vi a mãozinha dele me acenando.  Confesso que ri da situação.  Eu não corro e tinha uma viagem de mais 15 dias pela frente, por uma Ruta 40, onde o cansaço me pegará, devido cautela com ripio. Mesmo assim, acelerei até uns 170km-hora para não deixa-lo se afastar muito e depois desisti. O KCT do chileno andava a mais de 180 km-hora!!!  Aos poucos eu o vi desaparecendo  no horizonte da longa reta que é a Ruta 40. Claro, naquele trecho todo ela é asfaltadinha, com bom piso.

Já que não tinha muito a fazer, fiz algumas fotos de placas, incluindo uma da Ruta 40, com minha moto e tudo, para comprovar que eu estive nela, mais uma vez.  Se tudo der certo, estarei nela daqui para a frente até uns 3 dias antes de minha chegada em Sampa! Tomara que Deus me ajude a conseguir tudo isto!

Cheguei em El Calafate por volta das 16h00 com o GPS me levando direitinho ao Marco Polo Suites, cuja reserva foi feita através da Decolar.Com.  O hotel é muito bom, mas sua Internet wi fi não pega de jeito nenhum, a não se no saguão da portaria.

Eu precisava fazer contato com a sobrinha do Miguel, que é agente de turismo aqui, mas o telefone que tinha copiado do Skype não batia mesmo com os números locais. O hotel não tem telefone no quarto que faça ligação externa, nem mesmo local. Na portaria também não fazem ligações locais, quanto mais para o exterior...

Precisei sair para ir a um locutório (central de telefonia argentina). Antes tomei um banho legal, lavei minhas roupas e saí.  Consegui que o locutório desvendasse os números que tinha anotado e consegui conversar com ela. Como já era noite, só podia tentar uma vaga em agência para visitar o Parque Nacional dos Glaciares se chegasse às 07h00 da matina. Disse o preço do mini trecking P$ 650,00 + P$ 90,00 ingresso no Parque.

Aproveitei a saída e jantei um cordeiro patagônico diferente, isto é, não assado na parrilla, mas no modo gourmet, elaborado. Eles pegam a carne do cordeiro e a desfiam todinha, colocam num tubo e o prensam, ficando com cara de bolo de carne. Acompanha um suflê de milho com castanha caramelizada. Tomei uma taça de Malbec tinto e me senti muito bem.  Deu até para esquecer minha bengala vazante!!!

Retornei ao hotel, busquei meu netbook para conversar com o Miguel e com a família e fiquei no saguão, com mais 3 maníacos.  Chegou meia noite e o porteiro apagou todas as luzes porque seu chefe disse para fazer isso todas as noites, tenha ou não hospedes no saguão!!!  Vai entender essa Patagônia!!

Sem mais o que fazer, tendo conseguido o endereço do El Mono, fui deitar para acordar cedo, ainda que ele abra sua oficina às 10h00!

Por hoje é só. Fiquem com Deus! 

 

Nenhum comentário: