Como
programado, o celular me acordou às 06h00.
Arrumei-me rapidamente, preparei o lanche almoço para o passeio, peguei
roupas de frio, desci para o café e esperei a chegada da van de transporte.
Pontualmente,
ela chegou e levou 2 pax, incluindo-me.
Passou em outros hosteis, B&B e hotéis lotando-a. Em seguida, tomou
o rumo a Torres del Paine, distante quase 200km.
Havia
somente eu como brasileiro, 4 franceses, 6 alemães, 2 ou 3 argentinos, 2
mexicanas e 4 ingleses. O guia estranhou, mas nenhum chileno a bordo!
A
chegada das atrações são demoradas, porém quando começam, vem uma atrás da outra.
Começou com a Cueva del Milodón, uma espécie de animal que viveu aqui há milhões
de anos e foi extinto com a mudança climática havida na época, assim como outros
tantos animais daqui e da Terra. Para nós, trata-se de uma enorme gruta,
escavada pelo degelo e pelo mar na rocha sedimentar. Os chilenos
conseguem maior visitação pela expectativa dos turistas quando ao animal
extinto. Valeu os P$CH 4.000,00 = R$ 20,00 para visitar a gruta, adicionais aos P$CH
40.000,00 para visitação ao Parque Nacional Torres del Paine.
Passamos
por alguns lagos de degelo, com formações rochosas interessantes que lhes dão
coloridos vários e valem as fotos que fizemos.
No
Parque Torres del Paine há inúmeros guanacos, uma espécie de lhama ou Alpaca da
Patagônia, porém diferentemente destas, continua selvagem e protegido por lei
contra caça. Seu predador natural é o puma, ainda existente, mas raro de se ver
pois caça somente à noite, com exceção do inverno onde pode ser visto durante o
dia.
O
que mais chamou a atenção de todos os turistas são as formações rochosas das
Torres del Paine. Trata-se de uma série de montanhas enormes, atingindo cerca
de 3.000m de altura, que não pertencem à época geológica dos Andes. Estes
existem há 50 milhões de anos, enquanto as formações das torres e seus vizinhos
chegam a 12 mihões de anos. O curioso é
que tudo era baixo, plano e sedimentar, isto é, formações por deposição de
areia, terra e pedras vindos de outros locais trazidos pelo vento e pela
água. Extrusões de magma levantaram
aqueles gigantes e podemos observar diferentes formações nas colunas, como o
granito e o sedimento logo acima.
Nos
Andes ocorreu a mesma coisa, pois há relatos de pesquisas que localizaram
fósseis de peixes a 5.000m acima do nível do mar, confirmando que tudo aquilo
era sedimentar sob oceano, levantado por extrusões magmáticas gigantescas.
Depois
de lagos, rios, montanhas, torres etc, chegamos ao lugar mais bonito do passeio
que é o Lago Grey. Sua coloração é de um azul esbranquiçado, formando o próprio
lago e o rio que leva esse nome.
Há
um hotel muito bonito, formado por cabanas, com restaurante central, estacionamento,
banheiros e uma vista espetacular do Lago Grey, sobre o qual observamos partes
da geleira “icebergs” flutuando em direção à praia. São lindos esses enormes
pedaços de gelo. Sua coloração é azulada, como turmalina, porém quando pequenos
pedaços se desprendem e chegam à praia, não tem coloração, tal qual gelo de
geladeira.
Naquele
local fizemos diversas fotos e o entusiasmo era grande pela beleza do lugar.
Aproveitamos
para cada um fazer seu piquenique particular e se preparar para o retorno, por
uma estrada diferente.
Com
exceção da saída da cidade e parte da estrada que leva ao parque, asfaltadas, o
restante é ripio puro, com tudo que tem direito: pedras, areia, buracos,
costelas de vaca e muita, mas muita, poeira.
Dentro da van não havia poeira, mas a visão chegava a ficar prejudicada
pela mesma. Inúmeras vezes a van derrapou em curvas devido acumulo de perdas
nas laterais. A habilidade do motorista assegura a ida e o retorno, mas um
citadino paulistano poderia se complicar.
Pude
ver umas 3 ou 4 motos chilenas em um estacionamento de visitação, mas não vi os
pilotos, nem sei se percorreram o parque todo. Todas as motos eram BMW. No final do passeio, quando descia da van
para a última atração, passaram por mim 2 motos VSTROM 1.000, sendo uma com
placa de Vinhedo - SP. A 2ª moto, parece-me, era pilotada por um japonês de
cavanhaque. Não deu tempo para vê-los
melhor ou conversar com eles. Haviam
entrado pela estrada que retornávamos e eu sabia que era muito ruim o ripio
devido pedras soltas e areia. Logo eles retornaram e tomaram outra direção que
não sabia qual era. Minha decisão de ir
com a van foi preciosa!
Depois
de 8 horas de viagem e visitação, retornamos aos hosteis e a via sacra
recomeçou, entregando cada passageiro em sua hospedagem.
Foi
um dia valioso por tudo que vi, com caminhadas, muitas fotos com minha nova
câmera Nikon e por me sentir muito bem fazendo parte daquele ambiente
magnífico, onde tudo é majestoso!
Conversando
com os motoristas de vans durante o passeio, soube que há um mecânico muito conhecido
na roda dos enduristas, inclusive do Rally Dakar, de nome Samuel, que vive aqui
em Puerto Natales. Fui até sua casa para ver se conseguia consertar o escape de
óleo da bengala esquerda, porém não o encontrei. Com seu celular, deixei recado
para que me ligasse aqui no Hostel Nikko II.
Sendo sábado e domingo, dificilmente ele me atenderá, mas não custou
tentar. Ele ainda não me retornou e
passarei em sua casa de novo amanhã antes de seguir para El Calafate.
Por
hoje é só! Fiquem com Deus!
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