sábado, 2 de março de 2013

RUMO A USHUAIA - 2013 - 21º DIA - TORRES DEL PAINE

RUMO USHUAIA – 2013 – 21º DIA – 02-03-2013 – TORRES DEL PAINE

Como programado, o celular me acordou às 06h00.  Arrumei-me rapidamente, preparei o lanche almoço para o passeio, peguei roupas de frio, desci para o café e esperei a chegada da van de transporte.

Pontualmente, ela chegou e levou 2 pax, incluindo-me.  Passou em outros hosteis, B&B e hotéis lotando-a. Em seguida, tomou o rumo a Torres del Paine, distante quase 200km.

Havia somente eu como brasileiro, 4 franceses, 6 alemães, 2 ou 3 argentinos, 2 mexicanas e 4 ingleses. O guia estranhou, mas nenhum chileno a bordo!

A chegada das atrações são demoradas, porém quando começam, vem uma atrás da outra. Começou com a Cueva del Milodón, uma espécie de animal que viveu aqui há milhões de anos e foi extinto com a mudança climática havida na época, assim como outros tantos animais daqui e da Terra. Para nós, trata-se de uma enorme gruta, escavada pelo degelo e pelo mar na rocha sedimentar. Os chilenos conseguem maior visitação pela expectativa dos turistas quando ao animal extinto. Valeu os P$CH 4.000,00 = R$ 20,00 para visitar a gruta, adicionais aos P$CH 40.000,00 para visitação ao Parque Nacional Torres del Paine.










 

Passamos por alguns lagos de degelo, com formações rochosas interessantes que lhes dão coloridos vários e valem as fotos que fizemos.

No Parque Torres del Paine há inúmeros guanacos, uma espécie de lhama ou Alpaca da Patagônia, porém diferentemente destas, continua selvagem e protegido por lei contra caça. Seu predador natural é o puma, ainda existente, mas raro de se ver pois caça somente à noite, com exceção do inverno onde pode ser visto durante o dia.

O que mais chamou a atenção de todos os turistas são as formações rochosas das Torres del Paine. Trata-se de uma série de montanhas enormes, atingindo cerca de 3.000m de altura, que não pertencem à época geológica dos Andes. Estes existem há 50 milhões de anos, enquanto as formações das torres e seus vizinhos chegam a 12 mihões de anos.  O curioso é que tudo era baixo, plano e sedimentar, isto é, formações por deposição de areia, terra e pedras vindos de outros locais trazidos pelo vento e pela água.  Extrusões de magma levantaram aqueles gigantes e podemos observar diferentes formações nas colunas, como o granito e o sedimento logo acima.

Nos Andes ocorreu a mesma coisa, pois há relatos de pesquisas que localizaram fósseis de peixes a 5.000m acima do nível do mar, confirmando que tudo aquilo era sedimentar sob oceano, levantado por extrusões magmáticas gigantescas.



















Depois de lagos, rios, montanhas, torres etc, chegamos ao lugar mais bonito do passeio que é o Lago Grey. Sua coloração é de um azul esbranquiçado, formando o próprio lago e o rio que leva esse nome.

Há um hotel muito bonito, formado por cabanas, com restaurante central, estacionamento, banheiros e uma vista espetacular do Lago Grey, sobre o qual observamos partes da geleira “icebergs” flutuando em direção à praia. São lindos esses enormes pedaços de gelo. Sua coloração é azulada, como turmalina, porém quando pequenos pedaços se desprendem e chegam à praia, não tem coloração, tal qual gelo de geladeira.

 

Naquele local fizemos diversas fotos e o entusiasmo era grande pela beleza do lugar.

Aproveitamos para cada um fazer seu piquenique particular e se preparar para o retorno, por uma estrada diferente.

Com exceção da saída da cidade e parte da estrada que leva ao parque, asfaltadas, o restante é ripio puro, com tudo que tem direito: pedras, areia, buracos, costelas de vaca e muita, mas muita, poeira.  Dentro da van não havia poeira, mas a visão chegava a ficar prejudicada pela mesma. Inúmeras vezes a van derrapou em curvas devido acumulo de perdas nas laterais. A habilidade do motorista assegura a ida e o retorno, mas um citadino paulistano poderia se complicar.

Pude ver umas 3 ou 4 motos chilenas em um estacionamento de visitação, mas não vi os pilotos, nem sei se percorreram o parque todo. Todas as motos eram BMW.  No final do passeio, quando descia da van para a última atração, passaram por mim 2 motos VSTROM 1.000, sendo uma com placa de Vinhedo - SP. A 2ª moto, parece-me, era pilotada por um japonês de cavanhaque.  Não deu tempo para vê-los melhor ou conversar com eles.  Haviam entrado pela estrada que retornávamos e eu sabia que era muito ruim o ripio devido pedras soltas e areia. Logo eles retornaram e tomaram outra direção que não sabia qual era.  Minha decisão de ir com a van foi preciosa!

Depois de 8 horas de viagem e visitação, retornamos aos hosteis e a via sacra recomeçou, entregando cada passageiro em sua hospedagem.

Foi um dia valioso por tudo que vi, com caminhadas, muitas fotos com minha nova câmera Nikon e por me sentir muito bem fazendo parte daquele ambiente magnífico, onde tudo é majestoso!

Conversando com os motoristas de vans durante o passeio, soube que há um mecânico muito conhecido na roda dos enduristas, inclusive do Rally Dakar, de nome Samuel, que vive aqui em Puerto Natales. Fui até sua casa para ver se conseguia consertar o escape de óleo da bengala esquerda, porém não o encontrei. Com seu celular, deixei recado para que me ligasse aqui no Hostel Nikko II.  Sendo sábado e domingo, dificilmente ele me atenderá, mas não custou tentar.  Ele ainda não me retornou e passarei em sua casa de novo amanhã antes de seguir para El Calafate.

Por hoje é só!  Fiquem com Deus!    

 

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